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Mundial de Superbike: o campeão é turco

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Imagem: Divulgação

Colunista do UOL

23/11/2021 08h32

Toprak Razgatliogliu é um nome complicado, mas se o mundo do motociclismo te interessa é bom aprender a pronunciá-lo. Quem é ele? Um garotão de 25 anos, que domingo passado enterrou os seis anos de hegemonia do norte-irlandês Jonathan Rea, que desde o distante 2015 dominava a cena do campeonato mundial dedicado às motos derivadas de série montado em uma Kawasaki ZX-10R.

Turco e campeão mundial de superbikes? Isso mesmo! Toprak é piloto oficial da Yamaha YZF-R1 no World Superbike Championship, vulgo WSBK. A marca, aliás, fez barba e cabelo este ano na motovelocidade, sagrando campeões não apenas Toprak mas também Fabio Quartararo na MotoGP, e vencendo o WSS - Mundial de Supersport (Dominique Aegerter), o BSB - Britânico de Superbikes (Tarran Mackenzie) e o MotoAmerica (Jake Gagne), nos EUA.

A estrela (ou meia lua, como na bandeira de seu país...) de Toprak começou a brilhar há cerca de uma década, quando depois de ganhar o campeonato das 600cc em seu país resolveu varar fronteiras, e fazer ver ao mundo que Kenan Sofuoglu tinha um herdeiro.

Sofuoglu, para quem não sabe, foi o primeiro piloto turco a se destacar no cenário da motovelocidade mundial, conquistando entre 2007 e 2016 nada menos do que seis títulos na categoria WSS, disputada com motos de 600cc, exato degrau abaixo da categoria Superbike, que agora tem Razgatlioglu como rei.

Sofuoglu antes e Razgatlioglu agora confirmam com suas conquistas o que pode se chamar de "onda turca" na motovelocidade, que tem nos irmãos gêmeos Öncü - Deniz e Can - outros vitoriosos representantes em plena atividade, o primeiro na Moto3 e o segundo na WSS.

A conquista de Toprak nesta temporada esteve longe de ser um passeio, com o fantástico multicampeão Jonathan Rea dificultando a vida do garotão turco, de mais de 1,8 m de estatura, até a derradeira etapa na Indonésia. Rea venceu ambas corridas, mas bastou um 2º e um 4º lugar à Toprak para virar o campeão da categoria.

Curiosidades sobre o novo nº1 da Superbike? Sim, ao menos três: a primeira é o fato de Toprak ter recusado o lugar deixado vago por Valentino Rossi na equipe Petronas Yamaha na MotoGP, preferindo continuar na Superbike em 2022.

A segunda é tipo "filho de peixe, peixinho é" pois seu pai, Arif Razgatlioglu, era famoso na Turquia pelas suas acrobacias ao guidão, wheelings infinitos. Arif faleceu quatro anos atrás em um acidente de trânsito.

Terceira e última curiosidade? O fato de Toprak Razgatlioglu, como bom muçulmano, não consumir bebidas alcólicas. Ou seja, em suas vitórias, nada de chuveirinho de champanhe no pódio...