VW põe Ducati à venda e fãs ligam sinal de alerta: quem será o novo dono?

Grupos de China e Índia já teriam demonstrado interesse na marca, gerando preocupações sobre ameaça ao "DNA italiano"
Em 2012 a icônica marca de motocicletas italiana Ducati foi comprada pela Audi, que por sua vez pertence à Vollkswagen. O ruidoso negócio foi fechado por 860 milhões de euros, valor que não incluía os débitos da empresa.
À época, a Ducati pertencia à Investindustrial, da poderosa família Bonomi (detentora de 70% das ações), à também italiana BS Investimenti (20%) e a um fundo de pensão canadense (10% restantes).
Na ocasião, muito se falou sobre qual a real motivação dos alemães na compra. Uma hipótese seria adquirir domínio sobre a fabricação de motores com capacidade cúbica pequena e elevada potência específica.
Outra era a simples oportunidade de fazer um bom negócio: a Investindustrial queria vender e a Volkswagen tinha caixa. Com tal manobra, daria sequência à expansão em segmentos charmosos, de nicho, repetindo o sucesso da operação de 1998, em que adquiriu outra badalada marca italiana, a Lamborghini -- vizinha da Ducati nas cercanias de Bolonha, aliás.
Grana alemã, direção italiana
Cinco anos se passaram e os ventos parecem ter mudado. As pesadas multas do escândalo conhecido por dieselgate parecem indicar que, ao invés de se expandir, a Vollkswagen precisa no momento focar em seu core business, as quatro rodas, e fazer caixa rapidamente.
Sob a propriedade dos alemães a Ducati continuou prosperando: 2016 foi o sétimo ano consecutivo da empresa gerando lucros, com faturamento bruto de 761 milhões de euros, sendo 51 milhões de lucro líquido. Crescimento de 4,1%.
Muito importante para os fãs de suas motocicletas foi que esta passagem da Ducati de mãos italianas para alemãs não mudou uma vírgula a filosofia que transformou a falida empresa dos anos 80 em bicho-papão das pistas, capaz de bater gigantes como Honda e Yamaha na MotoGP e, especialmente, no Mundial de Superbikes. A cúpula 100% italiana foi mantida, assim como a fama de excelência técnica. Aos alemães coube “apenas” contar os euros de lucro.
Candidatos à compra
A pedida atual pela Ducati, segundo indiscrições, é algo entorno do 1,5 bilhão de euros, praticamente o dobro da quantia paga em 2012.
Entre os possíveis compradores da Ducati estão empresas chinesas, como por exemplo a gigantesca SAIC Motors, ou a indiana Hero Motor. Seja como for, o temor maior é que o novo dono não repita a atitude dos executivos da Audi e queira "meter o bedelho" na condução da empresa.
Comenta-se que a única coisa que mudou na Ducati de 2012 para cá, quando os donos da marca de Bolonha passaram a ser alemães, foi a marca dos carros no estacionamento da diretoria. Sairam os Alfa Romeo e Mercedes-Benz e chegaram os Audi. E agora, o que acontecerá?
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