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Genebra contrasta híbridos que vão de 75 cv a 963 cv

Volks XL1, de 75 cv,  surpreende pelo contraste entre a silenciosa tração elétrica e o ruidoso motor a diesel - Divulgação
Volks XL1, de 75 cv, surpreende pelo contraste entre a silenciosa tração elétrica e o ruidoso motor a diesel Imagem: Divulgação

Colunista do UOL

12/03/2013 19h38

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Aberto até 17 de março, o Salão de Genebra impressiona pelo número de lançamentos. Nesta 83ª edição, veículos elétricos e híbridos saíram de uma ala específica e se misturaram aos demais. Não quer dizer que representem algo palpável do mercado suíço, um dos poucos na Europa ainda sem enormes recuos -- em 2013, eles responderão por apenas 3% das vendas.

Já os nada racionais SUVs e crossovers vão capturar cerca de 40%, o que ajudou a quase aniquilar as inteligentes stations (peruas), cuja boa aceitação permanece na Alemanha.

Interessante que os híbridos se destacam entre as maiores atrações em extremidades opostas. LaFerrari, legítimo sucessor do modelo Enzo, além de desenho arrebatador, entrega nada menos de 963 cv com ajuda de um motor elétrico (mesmo recurso do McLaren P1, também muito bonito, de "apenas" 916 cv).

Supercontraste em relação ao Volkswagen XL1 e seus motores 2-cilindros (48 cv) e elétrico (27 cv), primeiro carro no mundo a render incríveis 111km/l. Ele ainda não tem preço, ao contrário de R$ 3 milhões (sem taxas e impostos) do LaFerrari. Mas, por enquanto, será até mais exclusivo: apenas 250 unidades (iniciais), contra 499 da série especial da marca italiana.

Em contato com o XL1, nos arredores de Genebra, o carro de dois lugares de carroceria extremamente aerodinâmica (cx 0,19), bastante baixo (1,15 m) e portas do tipo asa de gaivota surpreendeu pelo contraste entre a silenciosa tração elétrica e o ruidoso motor a diesel. Sua autonomia elétrica pode chegar a 50 km, desde que não se queira pedir ajuda ao motor a combustão e acelerar de 0 a 100 km/h em razoáveis 12,7 s (dado de fábrica).

Ainda sobre propulsão alternativa, a PSA Peugeot Citroën aposta suas fichas em um híbrido diferente. Associa motor a gasolina e ar comprimido, sem baterias e sem complicação mecânica do motor elétrico adicional, ambas de alto custo. Essa tecnologia, em parceria com a Bosch, parece promissora, porém ainda carece de mais testes e comprovação de viabilidade financeira.

Como a busca por economia é foco constante, o Range Rover Evoque se apresenta como primeiro veículo com caixa de câmbio automática (da alemã ZF) de nada menos que nove marchas. Também estará em outros carros, pois é tão compacta que permite uso com motor transversal.

A Mercedes-Benz atiçou entusiastas com o incrível Classe A 45 AMG. Dá para imaginar um compacto com motor de 2 litros, turbo, de 360 cv/46 kgfm -- maior potência específica já alcançada por um automóvel de produção seriada -- de apenas quatro cilindros?

Entre lançamentos que interessam ao Brasil, destaque para o SUV compacto Peugeot 2008, cuja versão definitiva surgiu em Genebra e será fabricado no Rio de Janeiro, no final de 2014. O sedã compacto CLA, que foi mostrado em Detroit e estreou em salões na Suíça, é outro carro com possibilidade de produção nacional (decisão até meados de 2013). Outro estreante, o crossover compacto Renault Captur poderá ser opção de importação para a marca francesa, único fabricante nacional que só traz carros do exterior da Argentina.

Alfa Romeo 4C também atraiu muita atenção: serão apenas 3.500 unidades do cupê, de baixo peso (80% para os EUA). Em princípio, nenhuma para o Brasil.

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    Fato notado durante o test-drive: autonomia elétrica do VW XL1 pode chegar a 50 km, desde que não se queira pedir ajuda ao motor a combustão -- e acelerar de 0-100 km/h em razoáveis 12,7 s

RODA VIVA
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+ Estratégia de produção dos fabricantes, em fevereiro, foi de aumentar os estoques totais de 29 dias para 39 dias, a fim de atender aquecimento da demanda este mês. No final de março haverá nova subida do IPI e o tradicional apelo de "compre antes do aumento". Primeiro bimestre do ano foi recordista em vendas: 547 mil unidades (veículos leves e pesados).

+ Hyundai acertou, de novo, no estilo do HB20S. Versão sedã do compacto mostra equilíbrio de linhas e um terceiro volume sem parecer adaptado. Isso lhe custou, entretanto, volume no porta-malas: 450 litros, um dos menores do segmento. Manteve três versões de acabamento, além de motor de 1 litro (80 cv) e 1,6 litro (128 cv), ambos os mais potentes entre aspirados para a respectiva cilindrada.

+ Desde as versões de entrada, há bom nível de equipamentos como ar-condicionado, sistema de som com bons recursos (Bluetooth e MP3), comandos elétricos para vidros, travas e espelhos, ajuste de altura do banco (não tão eficiente) e da coluna da direção em dois planos, entre outros. Melhor seria assistência elétrica na direção, no lugar da hidráulica. Repetido o erro de sonegar os freios ABS na versão básica, embora não esteja sozinha nessa política torta.

+ Suspensões têm correto compromisso conforto/estabilidade, mas continuam ruídos de batentes em descida de quebra-molas ou buracos profundos. Câmbio automático, mesmo com quatro marchas, é adequado. Faltam freios a disco nas rodas traseiras, pois se trata do compacto mais rápido do mercado. Somando sedã e hatch, HB20 deve se consolidar entre os cinco mais vendidos, em boa briga com Onix/Prisma. Já incluso IPI de abril, quando começam as vendas, preços vão de R$ 39.495 a R$ 53.595.