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GM acelera lançamentos em ano de disputa intensa

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Imagem: Divulgação

Colunista do UOL

05/06/2012 22h44

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Já se sabe que o Brasil é o país dos compactos e as variações sobre o mesmo tema não param de surgir. O mais recente nessa leva é o Chevrolet Sonic que a GM traz agora da Coreia do Sul. A empresa terá que absorver, provisoriamente, a diferença de carga tributária de 35% de imposto de importação e 30% extras de IPI, à espera do início da produção mexicana, em meados do segundo semestre. Em outros tempos, o lançamento seria adiado, mas a disputa no mercado está tão intensa que ninguém pisca os olhos.

Tanto o hatch como o sedã, em duas versões de acabamento (LT e LTZ), câmbio manual de cinco marchas ou automático de seis, trafegam na faixa de R$ 46.200 a R$ 56.100, como se importados do México. O Sonic é o primeiro carro realmente pequeno que a GM produz nos EUA (Ohio), em estratégia diferente da Ford, que fabrica o Fiesta no México. Mas, enquanto a GM não terá um Sonic nacional, a Ford produzirá o novo Fiesta aqui, em 2013.

O novo Chevrolet utiliza a mesma arquitetura global para automóveis pequenos, que estreou no Cobalt e estará, ainda no final desse mês, no monovolume Spin (substituto de Meriva e Zafira). Entra na categoria dos compactos anabolizados, a exemplo de Fiat Punto, Renault Sandero, Honda Fit e novo Fiesta. A versão sedã mira Honda City e Fiat Linea, entre outros. A GM já tem o Agile (arquitetura Corsa) e abriu espaço para o novo modelo com posicionamento de preços. Certamente haverá canibalização, dentro do previsível, segundo a GM.

DETALHES
Espaço interno é um dos atributos do Sonic, ao lado do conjunto motriz atualizado. Motor de 1,6 l/120 cv (etanol) apresenta respostas muito boas e elasticidade garantida por dois comandos de válvulas e coletor de admissão variáveis. Isolamento acústico não se inclui entre os pontos altos. Acabamento e materiais são razoáveis. Há vários porta-objetos e porta-luvas duplo. Porta-malas de 265 litros, modesto para um hatch desse porte, também não é referência; no sedã, são 477 litros. O tanque de 46 litros limita a autonomia.

Em termos de estilo, destaque para o hatch. Procura identificação em pormenores como faróis sem as tradicionais coberturas acrílicas ou maçanetas traseiras embutidas na coluna C. No sedã, a curvatura de teto tem linhas fluidas, mas a traseira sofre do “mal dos compactos”. Quadro de instrumentos demonstra como se faz algo simples, porém criativo, ao combinar recursos analógicos e digitais. No sedã, o vigia traseiro avança demais sobre o teto e quem senta atrás, apesar do espaço livre, pode ser incomodado com o sol, apesar de a máscara protetora amenizar o desconforto.

PÉ NO ACELERADOR
E o ano de 2012 ainda não acabou para GM. Poucas vezes se viram tantos lançamentos inéditos, em sequência, entre fabricantes aqui instalados. Depois do Spin (cinco e sete lugares, mesmas dimensões externas), chegará a vez da nova Blazer, em outubro, e do compacto inédito de dimensões comportadas (semelhantes às do Celta), que deve se chamar Ônix, em novembro. Haverá ainda câmbio manual automatizado (Magneti Marelli) no Agile e motor 1,8 l com câmbio automático, no Cobalt. Para 2013, sedã Ônix e SUV compacto Enjoy.
A ordem é pé no acelerador, não importam as curvas sinuosas do mercado.

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RODA VIVA

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+ Planos da Ford são de produzir novo Fiesta hatch em São Bernardo do Campo (SP), ao lado do futuro Ka. Em Camaçari (BA), ficam EcoSport e Fiesta atual (hatch e sedã). Novo Fiesta sedã, a princípio, continuaria a vir do México para equilibrar exportações e importações. No entanto, sedã também poderia ser feito aqui, se importações continuarem restritas.

+ Quando o novo Citroën C3 chegar, em agosto, o modelo atual -- lançado em maio de 2003 e quase sem mudanças até hoje -- será descontinuado. Estratégia oposta à da marca principal do grupo, pois a Peugeot continuará vendendo o 207 (206 retocado), depois de lançar o 208 em janeiro do próximo ano. Mesmo na Europa, 206 e 207 conviveram por uns tempos.

+ Espaçoso e com estilo atraente (um pouco menos elegante quando visto de traseira), Peugeot 508 tem preço bastante competitivo: R$ 119.900. Apesar de seu interior de primeira classe (só o extintor de incêndio atrapalha os pés no banco ao lado do motorista) e conjunto motriz condizente, a concorrência em modelos desse porte deixa pouco espaço para marcas generalistas.

+ Observatório Nacional de Segurança Veicular (ONSV) concluiu, a pedido da Proteste, seu primeiro relatório sobre iluminação veicular de modelos fabricados no Brasil. A pesquisa inclui os recursos disponíveis em várias marcas e é o primeiro de uma série de trabalhos centrados em segurança. O site da entidade está em http://www.onsv.org.br.

+ Ainda dentro do tema e das iniciativas da década de ações mundiais em prol da segurança no trânsito, lançadas pela ONU e a FIA (Federação Internacional do Automóvel), a frente parlamentar da Câmara dos Deputados criou um site específico para desenvolver ideias e debater soluções. Focado na interatividade e enquetes diversas merece a visita: http://transitoseguro.net.