Esqueça o Batman: protagonista do novo 'Liga da Justiça' é o luto de Snyder
Quem já assistiu ao Snyder Cut de "Liga da Justiça", disponível no UOL Play, deve ter reparado que a nova versão do filme tem um protagonista diferente: o luto. Vários personagens estão enlutados, e tudo isso tem a ver com a tragédia que fez o Snyder Cut existir... a morte da filha do diretor.
Autumn Snyder cometeu suicídio em março de 2017, aos 20. Até então, seu pai era o diretor de um ambicioso projeto para "Liga da Justiça", mas a tragédia pessoal fez Zack se afastar do filme. A Warner escolheu como substituto Joss Whedon (que já havia dirigido o primeiro "Vingadores", de 2012).
Honestamente? O resultado não foi bom.
Trocar de diretor no meio da produção é sempre conturbado, e a gente sabe que a primeira versão de "Liga da Justiça" (2017) não caiu nas graças do público —sejamos sinceros: pouca gente amou. Um grupo de heróis como aquele podia ter um filme bem mais legal.
Depois de muita barulheira nos bastidores da Warner e dos fãs na internet, o estúdio cedeu e decidiu lucrar vários milhões de dólares com o lançamento do Snyder Cut, que nada mais é do que o filme que Snyder pretendia fazer antes de se afastar do projeto. São quatro horas de uma história sobre dor.
Todo mundo no Snyder Cut está quebrado.
Diana, a Mulher-Maravilha, sofre pela perda de Steve Trevor; Lois lamenta a morte de Clark Kent, o Super-Homem, em "Batman vs Superman" (2016); o Batman, como sempre, lida com traumas por ter perdido os pais; e até o Cyborg enfrenta seus próprios fantasmas.
E muita gente não vai perceber a referência, mas há um recado sobre saúde mental no meio do Snyder Cut. Durante o filme, surge um outdoor que promove o trabalho da AFSP (Fundação Americana para Prevenção do Suicídio) e traz a mensagem: "Você não está sozinho". É como um abraço entre Zack e Autumn.
O novo "Liga da Justiça" é, acima de tudo, um tributo de Zack Snyder à própria filha, do começo ao fim. Nos momentos finais do filme, uma mensagem diz que tudo isso foi feito "por Autumn".
Mesmo com exemplos clássicos como Bruce Wayne, que viu os pais morrerem, e Peter Parker, que perdeu o tio Ben, não é sempre que uma história de heróis se aprofunda no luto como fizeram o Snyder Cut, da DC, e a série "WandaVision", da Marvel. Gente superpoderosa não é imune à dor e não precisa ser.
Pedimos uma breve licença aos fãs da DC para citar uma frase da Marvel que tem tudo a ver com o assunto:
Mas o que é o luto, se não o amor que perdura? - Visão para Wanda em "WandaVision"
O Snyder Cut de "Liga da Justiça" não é perfeito, está longe de ser, mas foi movido por este superpoder de um pai.
Está precisando conversar?
Assim como disse o Snyder Cut, você não está sozinho. No Brasil, é possível procurar ajuda com o CVV (Centro de Valorização da Vida) através do site ou de uma ligação para o número 188.
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