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Sou a mãe chata, diz Bianca Rinaldi sobre acesso das filhas gêmeas às telas

Colaboração para VivaBem

04/03/2022 11h50

No 13º episódio da segunda temporada do Conexão VivaBem, a apresentadora Mariana Ferrão recebeu a atriz Bianca Rinaldi e o psiquiatra Luiz Zoldan para uma conversa sobre um assunto polêmico: o uso de telas por crianças e adolescentes.

Durante o papo, Bianca, que é mãe das gêmeas Sofia e Beatriz, de 12 anos, conta como essa questão é tratada em casa. "Acho que elas me odeiam muito nesse aspecto de tela porque eu sou a mãe chata, fico falando toda hora, pego o celular, limito o horário."

Bianca diz que acabou dando um desconto para as meninas durante a pandemia por conta das próprias adaptações que o cenário exigiu e também pela mudança da família do Rio de Janeiro para São Paulo.

"Elas trocaram de vida completamente, trocaram de escola. Ficaram um ano e meio online com pessoas que nunca viram pessoalmente e mais a saudade dos amigos do Rio. Elas ocuparam mais o tempo delas falando com os amigos no Rio. Dei uma liberada em alguns momentos à tarde e era a hora que eu fazia minhas coisas."

Entre fazer uma coisa e outra, Bianca propunha atividades para as filhas, que iam desde jogar bola, pintar, ver um filme, ler um livro e tentar meditar. "Eu ia puxando. Dá um desgaste pra gente, ainda mais tendo que tomar conta de tudo e ainda ficar de olho nisso, mas não consegui e não consigo liberar assim. Acho que tem gente que é obrigado, que consegue fazer isso para facilitar o dia, a gente não pode discriminar e nem julgar ninguém, mas nunca consegui ficar tranquila com isso porque já li bastante a respeito e me preocupo, acho que é muito sério."

A atriz revela que começou a liberar o uso de telas para as filhas quando elas tinham 10 anos por conta dos amigos da escola, que já tinham acesso a isso. Era como se as meninas fossem peixinhos fora d'água. Ela ponderou que elas poderiam acabar sofrendo por conta disso e passou a liberar cerca de 30, 40 minutos de jogo.

Mas, apesar da liberação, Bianca estipulou algumas regras: elas não poderiam jamais deixar de fazer qualquer outra coisa dentro de casa, nem de fazer os deveres, nem de tirar nota boa na escola porque senão ficariam sem.

"Sempre tinha os dois lados da moeda. E já tirei porque não se comportou bem, porque é a nossa barganha hoje em dia, acho que é o que mais a gente tem na mão para dar uma acordada nelas", conta a atriz.

O uso das redes sociais também é monitorado pela mãe das gêmeas, que tem acesso às contas das filhas no celular dela. "Eu acesso e sento também com elas, pergunto 'o que vocês estão vendo aí?', elas me mostram, eu participo, faço os vídeos com elas dançando. A gente tem que entrar no universo delas para a gente saber o que está rolando. A gente tem que ter esse trabalho, não é fácil, mas tem que ter esse tempo."

'Virar lei'

Especialistas canadenses e americandos dizem que crianças não devem usar telas antes de completar 18 meses de idade - Getty Images - Getty Images
Imagem: Getty Images

Sobre o uso excessivo de telas, a atriz diz que deveria haver uma lei proibindo de colocar tela para crianças pequenas na hora de comer.

"Uma coisa que sempre me chamou muita atenção, e que até hoje não me conformo de ver em restaurante, quando você vê uma criança de um ano e pouco, dois anos, com aquela tela na frente na mesa para ficar quietinha para comer direito. Enquanto vê a tela, vai enfiando a comida na boca da criança. Meu Deus, isso tinha que ser proibido, tinha que ter uma lei proibindo esse ato porque é muito cruel, muito cruel", comenta.

O psiquiatra Luiz Zoldan vai na mesma linha da atriz: "Às vezes, a gente precisa de sanções e essa seria uma ótima possibilidade. Não vai colocar tela para criança abaixo de dois anos no restaurante porque isso, inclusive, desensina a criança a comer. Comer significa apreciar a comida, significa que você está matando uma fome, mas é uma forma específica, né? E naquele processo que ela está em frente à tela, ela está focada na tela, não está focada na comida, então ela vai aprender que comer é um ato automático".

Na opinião do médico, por mais que a informação sobre os prejuízos do excesso de tela para crianças esteja disponível para a maioria das pessoas, até que elas realmente se interessem em buscar isso e entendam, às vezes a sociedade exige que algumas coisas sejam sancionadas ou não.