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Bolsonaro é maior responsável por demora na vacinação para 49%, diz CNT/MDA

Pesquisa apontou que o presidente da República é o principal responsável pela lentidão na vacinação contra covid-19 - 2.jul.2021 - Reuters
Pesquisa apontou que o presidente da República é o principal responsável pela lentidão na vacinação contra covid-19 Imagem: 2.jul.2021 - Reuters

Nathan Lopes

Do VivaBem, em São Paulo

06/07/2021 10h55

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é o principal responsável pela demora na vacinação contra covid-19 no Brasil para praticamente metade das pessoas ouvidas na pesquisa CNT/MDA. A resposta foi dada por 49% das 2.002 pessoas entrevistadas entre 1º e 3 de julho. A margem de erro é de 2,2 pontos para mais ou para menos.

Bolsonaro ainda foi lembrado também por 24,3% dos entrevistados, que culparam, em conjunto, o presidente, os governadores e os prefeitos pela lentidão na imunização contra o novo coronavírus.

Maior responsável pela demora na vacinação contra covid-19 no Brasil:

  • O presidente Jair Bolsonaro: 49%
  • Todos eles (Presidente, Governador e Prefeito): 24,3%
  • Nenhum deles: 8,1%
  • O governador de seu estado: 5,6%
  • Não houve demora: 5,2%
  • O prefeito de sua cidade: 1,4%
  • Outros: 1,9%
  • Não sabem ou não responderam: 4,4%

O Brasil está perto de completar seis meses do início do programa de vacinação contra a covid-19, iniciado em meados de janeiro. Até ontem, cerca de 13% dos brasileiros já haviam completado sua vacinação. Mais de 525 mil pessoas morreram no país em razão do coronavírus.

Segundo dados da plataforma Our World In Data, o Brasil é 69º país com mais pessoas com esquema vacinal completo. Na comparação por doses aplicadas a cada grupo de 100 pessoas, o Brasil ocupa a 56ª posição.

Histórico de lentidão

Antes do início da vacinação no país, Bolsonaro atuou contra a CoronaVac, ironizando o imunizante, o primeiro a ser utilizado no Brasil. O governo Bolsonaro também ignorou propostas da Pfizer sobre doses de vacina contra covid-19.

Apesar do histórico, o procurador-geral da República, Augusto Aras, apresentou parecer ao STF (Supremo Tribunal Federal) em que disse que não há quadro de inação do governo sobre a compra de imunizantes. A manifestação foi feita na semana passada em uma ação apresentada pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em março em que pedia a vacinação em massa no Brasil.

A atuação do Ministério da Saúde na pandemia também foi questionada na pesquisa. Para 33,8%, ela foi regular; 27,8% consideraram como boa.

Atuação do Ministério da Saúde no combate à pandemia de covid-19:

  • Ótima: 6,7%
  • Boa: 27,8%
  • Regular: 33,4%
  • Ruim: 14,2%
  • Péssima: 16,1%
  • Não sabem ou não responderam: 1,8%

Já a conduta do governo federal contra a pandemia de covid-19 em específico teve uma piora na avaliação. Em outubro de 2020, 39,1% desaprovavam. Agora, são 57,2%. A aprovação se inverteu no mesmo período. Passou de 57,1% em outubro para 39% em julho deste ano.

Os governos estaduais continuaram com índices semelhantes. A aprovação cresceu um ponto, indo de 57,8% para 58,8% na comparação entre outubro e julho. A desaprovação, por sua vez, caiu de 37% para 36,7%.

Na conclusão da pesquisa do instituto MDA, a CNT (Confederação Nacional dos Transportes) aponta que as "ações de maior desafio para o governo federal" são "promover a retomada do emprego e da economia, além de reduzir os impactos da covid-19". "Um crescimento econômico mais robusto dependerá do avanço da vacinação contra a covid-19."