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Enfermeiro pode se negar a dar medicamento que não ache adequado, diz Cofen

De VivaBem, em São Paulo

02/06/2021 11h08Atualizada em 02/06/2021 16h01

O vice-presidente do Cofen (Conselho Federal de Enfermagem), Antônio Marcos Freire Gomes, afirmou que enfermeiros podem se negar a dar medicamentos que não julguem eficazes para o tratamento de pacientes com covid-19.

A afirmação foi dada durante participação no UOL Entrevista na manhã de hoje, ao ser questionado sobre o procedimento adotado quando um médico prescreve cloroquina ou hidroxicloroquina para esses pacientes nos hospitais.

O medicamento é uma prerrogativa médica, ele que decide que medicação vai prescrever. O enfermeiro tem autonomia para se negar a fazer um medicamento que ele entende que não é um tratamento adequado, que não tem efeito.
Antônio Marcos Freire Gomes, vice-presidente do Cofen

É importante ressaltar que, por lei, quem prescreve medicamentos é o médico, a equipe de enfermagem é a responsável por administrá-los na dose e tempo indicados.

Segundo Gomes, a prescrição de medicamentos como a hidroxicloroquina ainda é uma realidade no país, apesar de diversos estudos não comprovarem sua eficácia no tratamento da covid-19 e outros que afirmam que eles podem até causar problemas no coração.

"Os médicos têm prescrito, eu tive oportunidade de visitar um hospital, uma vez fiscalizando e outra até como doente de covid. Pude observar nas rotinas do hospital, até pregado numa parede, um protocolo de cloroquina a ser prescrito no primeiro esquema pelo médico daquele hospital", declarou.

Gomes afirmou ver a prescrição da cloroquina com muita preocupação, mas reconheceu que os representantes da enfermagem não têm discutido se o medicamento é ou não compatível com o tratamento.

O vice-presidente do Cofen disse que a única orientação que existe é para o enfermeiro perguntar se o paciente quer ou não tomar o medicamento quando ele é prescrito pelo médico.

"É uma área que a enfermagem não se envolve no sentido de ter a decisão final. Dizer que pode ou não pode, passa a ser algo da esfera médica e a própria medicina tem decidido as formas de tratamento", afirmou.