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Fazer xixi após a relação evita a gravidez?

Renata Turbiani

Colaboração para o VivaBem

25/09/2019 04h00

Tem muita mulher que, para evitar a gravidez, aposta em táticas pouco ou nada eficazes. Uma delas é fazer xixi logo após a relação sexual. Você faz parte dessa turma? Se respondeu que sim, melhor buscar um método contraceptivo que funcione de verdade, pois ir ao banheiro depois da transa não ajuda em nada a prevenir uma gestação.

O fato é que o canal urinário, por onde sai o líquido amarelo, é um; e o canal vaginal, onde se dá a penetração, outro. São caminhos diferentes e, portanto, a urina e o sêmen não se encontram.

Por que fazer xixi não evita a gravidez

Vamos relembrar as aulas de biologia: quando o homem ejacula dentro da mulher, os espermatozoides são lançados no fundo da vagina. De lá, chegam ao colo uterino, atravessam o útero e nadam em direção às trompas (ou tubos) até atingir seu alvo, o óvulo, para fecundá-lo.

Já o trajeto da urina é o seguinte: produzido nos rins, órgãos localizados na porção posterior da cavidade abdominal, o xixi sai deles pelo ureter e é transportado para a bexiga, sendo eliminado para o meio externo por meio da uretra.

Mas fazer o "número um" após a relação sexual tem um ponto positivo: ajuda a diminuir o risco de infecção urinária. A explicação é que o líquido promove uma "lavagem" na uretra, jogando para fora bactérias nocivas que foram carregadas para a região genital durante a penetração, e que poderiam se instalar nos microtraumas causados pelo atrito do ato sexual.

Qual método contraceptivo escolher?

Para quem quer evitar a gravidez, a solução são os métodos contraceptivos —e já ficou claro que fazer xixi após a relação não é um deles, certo? A lista de opções é grande. Há, por exemplo, os de barreira: preservativos feminino e masculino, diafragma, DIU (dispositivos intrauterino) de cobre ou de prata e espermicidas.

Também tem os hormonais, como anticoncepcional oral ou injetável, anel vaginal, implante, adesivo cutâneo e DIU com liberação de hormônio. Já alternativas comportamentais ou naturais (tabelinha, coito interrompido, sintotérmico - temperatura basal e muco ovulatório) podem funcionar, mas não são totalmente eficazes.

A escolha do melhor método é algo muito individual e deve ser feita em conjunto com o ginecologista, levando em conta as condições da saúde, o estilo de vida, os efeitos colaterais, os custos e o perfil de cada mulher.

Fontes: Alberto d'Áuria, ginecologista e obstetra da Maternidade Pro Matre Paulista; Alexandre Lobel, ginecologista especialista em reprodução humana do Hospital Israelita Albert Einstein; Alexandre Pupo, ginecologista do Hospital Sírio Libanês; e Fabiana Ruas, ginecologista do São Luiz Anália Franco.