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Selfies aumentam busca por plástica: como não exagerar ou fugir do bisturi?

A busca pela selfie perfeita aumentou o número de cirurgias plásticas realizadas para mudar a aparência do rosto - iStock
A busca pela selfie perfeita aumentou o número de cirurgias plásticas realizadas para mudar a aparência do rosto Imagem: iStock

Juliana Vaz

Colaboração para o VivaBem

15/08/2019 04h00

Resumo da notícia

  • Incomodadas com a imagem nas fotos, muitas pessoas estão fazendo cirurgias plásticas para corrigir "imperfeições" faciais
  • A rinoplastia (intervenção no nariz) e a blefaroplastia (que elimina bolsas nos olhos) são alguns procedimentos que passaram a ser mais realizados
  • Antes de investir em uma cirurgia, é importante avaliar se ela vai elevar sua autoestima ou é motivada por um padrão irreal de beleza
  • Se você tiver medo de recorrer ao bisturi, também pode optar por tratamentos não invasivos para mudar o rosto

Não é de hoje que o brasileiro investe bastante em tratamentos para mudar uma coisinha aqui e outra ali no corpo. Segundo a ISAPS (Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica), nosso país há muitos anos é o segundo do mundo que mais realiza procedimentos estéticos cirúrgicos.

Mas tem chamado a atenção dos especialistas uma das razões que leva cada vez mais pessoas insatisfeitas com a aparência aos consultórios médicos: a busca pela selfie perfeita. "Há um aumento no número de pacientes incomodados com a imagem que vê nas fotos e quer corrigir 'imperfeições' faciais", comenta Elvio Bueno Garcia, cirurgião plástico e presidente da SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica - Regional SP).

Um dado da SBCP que ajuda a confirmar isso é que cresceu o número de intervenções faciais realizadas nos consultórios, com destaque para a blefaroplastia (cirurgia que elimina as bolsas abaixo dos olhos e a flacidez das pálpebras) e a rinoplastia (intervenção no nariz). Além disso, nos últimos dez anos houve um crescimento de 141% nos procedimentos realizados em jovens entre 13 e 18 anos --que estão cada vez mais conectados e são usuários "nível hard" das redes sociais.

Avalie padrão de beleza para não exagerar

O fenômeno motivado pelas redes sociais aumenta a discussão sobre até que ponto é saudável (para o corpo e a mente) essa busca por "melhorar" aparência. Ao mesmo tempo em que realizar um tratamento estético pode ser algo positivo e elevar a autoestima da pessoa, é preciso avaliar se não há uma cobrança excessiva com a estética e uma obsessão por um padrão irreal de beleza. Obviamente, isso é uma questão que deve ser respondida por cada indivíduo, com a ajuda de um profissional capacitado --e muitas vezes não só cirurgião plástico, como também um psiquiatra e um psicólogo.

"As pessoas possuem o objetivo de conquistar uma melhor versão de si. Mas, quando o paciente tem como referência algo inalcançável ou características faciais de uma celebridade, é papel do cirurgião conscientizá-lo das expectativas irreais que nutre em relação à própria anatomia. O médico precisa ser realista, mesmo que isso signifique não realizar nenhum procedimento no fim", afirma Alieksiei Carrijo, cirurgião plástico e doutor em medicina pela Universidade da Califórnia (EUA).

selfie, escritório - iStock - iStock
Antes de fazer qualquer cirurgia, quem está incomodado com a aparência deve avaliar com um especialista se não está obcecado por um padrão irreal de beleza
Imagem: iStock

No caso dos adolescentes, os pais precisam não só estar de acordo com a cirurgia, como também compreender bem o que despertou o desejo do filho em fazer o procedimento (além das selfies, pode ser o bullying, por exemplo), para saber se a operação realmente faz sentido, e ver se suas expectativas são realistas. "O grau de exigência dos jovens está cada vez mais alto e, mesmo que a cirurgia fique boa, o paciente pode não ficar feliz com o resultado, o que tende a acarretar outros problemas", alerta o médico Bernardo Ramalho, cirurgião plástico e membro da SBCP.

Também é preciso avaliar se o jovem está preparado fisicamente para uma cirurgia. "A rinoplastia, atualmente o procedimento mais realizado pelos adolescentes, indico que as meninas façam somente após os 16 anos. Em teoria, elas até podem ser operadas antes, mas não recomendo pois a maturidade conta muito no procedimento", afirma o médico Guilherme Scheibel, especialista em otorrinolaringologia e cirurgia cérvico facial pela Santa Casa de Curitiba/ PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná). Já os meninos geralmente devem fazer a cirurgia após os 17 anos, quando termina a fase do crescimento, que em ambos os sexos precisa ser confirmada pela idade óssea.

Opções para fugir do bisturi

Se você chegou à conclusão de que mudar a aparência será algo saudável para sua autoestima, mas tem medo de encarar uma cirurgia, pode investir em procedimentos minimamente invasivos que apresentam resultados visíveis logo nas primeiras sessões, envolvem baixos riscos para a saúde e possibilitam a volta muitas vezes imediata para as atividades cotidianas. Além disso, alguns deles oferecem efeitos de longa duração, o que garante um bom custo-benefício.

- Para diminuir rugas e bolsas nos olhos Técnicas como laser, microagulhamento e radiofrequência --que em alguns tratamentos são combinadas -- estimulam a produção de colágeno e elastina da pele, minimizando as rugas finas e as bolsas que se formam abaixo dos olhos.

- Para dar volume aos lábios Uma opção para quem deseja esse objetivo são os tratamentos com laser, que de quebra ajudam prevenir as rugas periorais (conhecidas como "código de barras"). Os disparos são realizados ao redor e na face interna dos lábios, e as ondas alcançam a musculatura da região da boca e o tecido macio, estimulando o colágeno e entregando um efeito de volume imediato aos lábios.

- Para combater a flacidez do rosto Uma opção à cirurgia de lifting facial são os fios de sustentação. Compostos por ácido polilático e cones bidirecionais, eles são fixados na camada de gordura abaixo da pele e atenuam a ação da gravidade na testa e nos olhos, nos contornos da face (destacando as maçãs do rosto) e na linha entre o nariz e a boca (que formam o bigode chinês). "Os fios são responsáveis pelo reposicionamento dos tecidos modificados pelo envelhecimento da pele e seu efeito dura até dois anos", explica Carrijo.