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Corregedoria do MP afasta promotor suspeito de agredir ex-esposa

Bruno Vagaes durante cerimônia de posse no MP-PR em 2011  - Divulgação/Ministério Público do Paraná
Bruno Vagaes durante cerimônia de posse no MP-PR em 2011 Imagem: Divulgação/Ministério Público do Paraná

Colaboração para o UOL

06/07/2023 15h25Atualizada em 06/07/2023 19h42

A Corregedoria Nacional do Ministério Público designou nesta quinta-feira (6) o afastamento cautelar do promotor Bruno Vagaes, suspeito de agredir e importunar sexualmente a ex-esposa, a servidora Fernanda Barbieri.

O que aconteceu

A decisão prevê a suspensão temporária das funções de Vagaes no MPPR (Ministério Público do Paraná) até a conclusão dos procedimentos administrativos disciplinares contra o suspeito. A investigação, que tramita em sigilo, não teve o prazo informado.

Ele é acusado pela ex-mulher de descumprir 101 vezes medidas protetivas concedidas após denúncia de agressões físicas, verbais, patrimoniais e sexual.

Por meio de nota, o MPPR esclareceu que as investigações seguirão na Subprocuradoria-Geral da Justiça para Assuntos Jurídicos e na Corregedoria-Geral do MPPR "em razão do reconhecimento de uma atuação 'diligente e esmerada do Ministério Público do Estado do Paraná, que vem adotando, à luz da sua normativa de regência, as medidas necessárias para a responsabilização do reclamado".

Ao UOL, a defesa de Bruno Vagaes diz que irá recorrer. "A decisão é pautada em premissas fáticas e jurídicas equivocadas e foi proferida neste contexto de grande repercussão midiática. Maiores esclarecimentos serão prestados diretamente no procedimento junto ao CNMP, eis que ele tramita em segredo de justiça", diz nota assinada pelo advogados Marcos Ticianelli e Vinicius Canesin.

Relembre o caso

As agressões teriam começado em 2017, após o nascimento da filha do casal, segundo relatou Fernanda. Além de desferir socos, Vagaes teria jogado água quente em Fernanda, entre outras violências

O promotor foi condenado por tocar partes íntimas de Fernanda em 2019. O episódio ocorreu quando ela dirigia e rendeu condenação de três anos e seis meses de reclusão por importunação sexual. A filha do casal estava no carro e tinha dois anos à época.

Após o episódio, ela pediu medida protetiva contra Vagaes — o que não interrompeu os ataques. Por mensagem, o promotor chegou a dizer que processo de separação de Fernanda seria realizado na "modalidade sangria" e envolveria sofrimento dela.

Vagaes sofre de alcoolismo e transtorno bipolar, de acordo com laudos judiciais. Ele já atuou como promotor em casos de violência doméstica e atualmente se encontra lotado na Promotoria de Justiça de Ibiporã (PR).

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do informado no 1° parágrafo desta matéria, o afastamento foi determinado pela Corregedoria Nacional do MP, e não pelo MP-PR (Ministério Público do Paraná). A informação já foi corrigida.