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Metade das brasileiras trabalha melhor quando está com sexo em dia

Mariana Gonzalez

Colaboração para Universa, de São Paulo

25/06/2023 12h00

Sexo traz felicidade? Para 70% das brasileiras, sim: uma vida sexual ativa tem tudo a ver com ser feliz. E para 65% delas, a autoestima também melhora após a relação sexual. Mais da metade (52%) percebe que o sexo influencia positivamente no trabalho, já que aumenta foco, energia e produtividade, e também na saúde mental (39,5%).

Os dados fazem parte da pesquisa "Prazeres Universa + Tech4Sex", que entrevistou 1.000 mulheres com mais de 18 anos de todas as regiões do Brasil, variados níveis escolares e diferentes orientações sexuais, raças e contextos familiares entre os dias 26 de maio e 1º de junho de 2023. As entrevistas foram feitas pela internet.

O estudo também mostra que problemas emocionais como estresse, ansiedade e depressão são os principais obstáculos para se ter prazer na relação, segundo relataram 42% das mulheres consultadas. Para 34%, essas questões são, inclusive, o que as impede de fazer sexo.

Para Lídia Cabral, fundadora da Tech4Sex, plataforma criada para fomentar startups que unem sexo e tecnologia, os números mostram que o cérebro é o principal órgão sexual das mulheres.

"Embora o toque físico seja importante, se você estiver bem ou mal em outras dimensões da vida, o cérebro vai usar isso como um vetor estimulante ou inibidor da sexualidade", acredita Lídia Cabral.

E por que isso atingiria mais mulheres e não a população em geral? Segundo a sexóloga e colunista de Universa Ana Canosa, estar relaxada é um dos motivos principais para elas se entregarem ao sexo e, assim, alcançarem o prazer.

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Imagem: Arte UOL

"Além disso, em situação de estresse acontece o que chamamos de distração cognitiva, que é a dificuldade de focar em uma única atividade. Se você está ali tentando transar mas sua cabeça não para de pensar em mil coisas diferentes, fica difícil entrar no jogo erótico", diz a sexóloga.

Também conta o fato de a maioria não dividir as diferentes esferas da vida em departamentos, explica Lídia. "Não colocamos a sexualidade numa caixinha, o trabalho em outra e a saúde em outra, como se fossem áreas separadas."

Sexo na cabeça

A boa notícia, no entanto, é que dá para mudar esse foco com de treino. "A sugestão é colocar o sexo na cabeça. Planejar, reservar espaço na semana mesmo, se preparar para um momento erótico", fala Ana Canosa, sugerindo o uso de recursos como um jantar romântico, filmes eróticos ou uma ida ao motel.

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Imagem: Arte UOL

Lídia complementa que, quanto mais tempo ficamos sem fazer sexo, mais difícil fica focar quando a relação acontecer. "Mas, quando começa a fazer parte da rotina, mesmo que com sexo planejado, o efeito é imediato."

A mãe tá on

A pesquisa "Prazeres Universa + Tech4Sex" mostra, ainda, que as mães associam sexo a saúde mental e física muito mais do que as mulheres que não têm filhos -enquanto 45% das mulheres com filhos percebem impacto da vida sexual na saúde mental, apenas 32% das que não são mães fazem essa relação. Elas também afirmam com mais frequência que o sexo contribui para a felicidade (30% entre mães e 19% entre não mães).

Também estão muito mais dispostas a investir em produtos para melhorar a experiência sexual, como vibradores e outros sex toys -menos de 8% das mulheres que não têm filhos disseram que estão muito dispostas a fazer esse investimento mas, entre as mães, esse número sobe para 19%.

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Imagem: Arte UOL

Para Ana Canosa, depois da maternidade, a vida sexual simboliza uma espécie de "via de acesso" para um reencontro consigo e com a vida antes de ter filhos.

"Diante desse mergulho na maternidade e todas as dificuldades que ela apresenta, talvez o resgate da sexualidade seja uma forma de voltar para o eixo", fala a colunista.

E Lidia Cabral concorda: "São tantas as coisas que uma mãe precisa gerenciar que, quando consegue ter esse momento de qualidade, valoriza mais."

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