Topo

Conversa de Portão #65: Uma avaliação dos 10 anos das cotas raciais

De Universa, em São Paulo

17/07/2022 04h00

Desde o início dos anos 2000, a ideia de implantar a política de cotas raciais no Brasil causou polêmica. Entre os argumentos contrários, ouviu-se dizer que o racismo aumentaria e que a medida causaria mais desigualdade. A favor, o movimento negro evidenciou a ausência de pessoas negras nas universidades e defendeu a importância de tornar o ensino superior mais acessível.

Para avaliar os resultados de 10 anos das cotas raciais no Brasil, o Conversa de Portão conversa com Najara Costa, professora, socióloga e escritora do livro "Quem è negra/o no Brasil". A obra debate as relações étnicas e raciais no Brasil e avalia as políticas afirmativas.

Najara avalia que as cotas são grandes conquistas democráticas que também permitiram um resgate da história do país, quando levou mais negros às universidades. "As cotas trouxeram outros saberes para ampliarmos o entendimento sobre educação como um todo. Elas representam essa revolução silenciosa que tem mudado a nossa trajetória" (a partir de 4:59 do arquivo acima).

A socióloga diz que o impacto econômico das cotas é gigantesco. "Até me emociona porque meu pai, que morreu há um ano, é um homem negro e morreu analfabeto. E sempre nos orientou para que nós estudássemos. A educação traz dignidade e oportunidades, tudo o que eu consegui na minha vida foi pela educação. Os resultados são imensuráveis, passei em dois concursos públicos, me tornei professora universitária, participo da formação de outras pessoas" (a partir de 15:35 do arquivo acima).

O Conversa de Portão é um podcast produzido pelo Nós, Mulheres da Periferia em parceria com UOL Plural, um projeto colaborativo do UOL com coletivos e veículos independentes. Novos episódios são publicados toda terça-feira.

Os podcasts do UOL estão disponíveis em uol.com.br/podcasts e em todas as plataformas de distribuição. Você pode ouvir Conversa de Portão, por exemplo, no Youtube, no Spotify e no Google Podcasts.