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Coronavírus: filmes pornôs são cancelados no Brasil e sem data para voltar

Dread Hot, atriz da produtora Fever Films e camgirl; gravações da marca foram canceladas  - Divulgação
Dread Hot, atriz da produtora Fever Films e camgirl; gravações da marca foram canceladas Imagem: Divulgação

Marcos Candido

De Universa

21/03/2020 12h14Atualizada em 21/03/2020 14h42

Desde o início da semana, a atriz de filmes adultos Venusss Model, 28, tinha a suspeita de que as próximas gravações seriam canceladas. Até esta sexta (20), restava em pé somente uma cena na semana seguinte. "Mas óbvio que era só questão de tempo", diz. No mesmo dia, a produção foi cancelada e sem previsão para ser retomada. O motivo você deve desconfiar.

Produtoras importantes de pornografia paralisaram gravações para conter a pandemia do coronavírus. "Foi uma semana ruim, mas problema do coronavírus é muito maior do que isso, é um problema real, que não dá nem para comparar com a minha [falta] de trabalho nesta semana", diz a atriz.

A ação deve afetar marcas grandes e médias e doer no bolso de atrizes, atores e produtores. Mas para evitar o contágio do vírus, a propagação da doença que já matou 15 pessoas no Brasil, vale a pena não dar mole e preservar a saúde dos profissionais em cena.

Em nota exclusiva para a Universa, o canal de TV por assinatura Sexy Hot anunciou a suspensão por tempo indeterminado de todos os filmes agendados. A marca é uma parceria da Globosat com a Playboy do Brasil e cria produções exclusivas para o canal com o selo "Sexy Hot Produções".

"É o certo a fazer neste momento e estamos acompanhando as diretrizes que estão sendo divulgadas pelas autoridades competentes. A saúde e o bem-estar de todos os atores, atrizes e equipe técnica envolvidos no projeto Sexy Hot Produções são fundamentais para nós", comenta a diretora-geral do Grupo Playboy do Brasil, Cinthia Fajardo.

O mesmo foi adotado pela Fever Films, produtora de grandes estrelas pornôs brasileiras, como Dread Hot e Emme White. As gravações também estão paralisadas e sem prazo para sair do papel.

"Não há o que fazer. Uma atriz do nosso time tem filha pequena. Outro, tem contato direto com os avós", explica Iule Karalkovas, manager da Fever Films.

Para enfrentar o período, a marca vai lançar filmes que já estavam gravados, ajeitando aqui e ali. A ideia era lançar um pornô em estilo amador por dia. Em abril, o número será reduzido entre 2 a 3 por semanas para chegar até o fim do mês.

Apesar da paralisação, o consumo de pornografia aumentou com o regime de trabalho em home office. O Pornhub indicou aumento de 13% no consumo de pornografia do brasileiro em reclusão Mesmo assim, Iule ressalta a importância de não atender a demanda e manter os atores fora de cena.

"É importante que o pessoal veja que todo setor parou, mesmo que ele tenha aumentado venda/acesso na quarentena. É um setor que vai sofrer bastante, porque as gravações só poderão ser retomadas quando a situação se normalizar por completo, visto que é um trabalho de contato físico", ressalta.

A produtora Xplastic publicou um incentivo para os fãs contribuírem com a compra de conteúdo de atrizes atores, como filmes, shows na webcam ou fotos e vídeos vendidos pelo WhatsApp ou Telegram. "Fique em casa e valorize o entretenimento consciente", diz a nota.

Por telefone, Universa tentou entrar em contato com a Brasileirinhas, uma das maiores e mais importantes do ramo, mas não recebeu retorno. Na semana de reclusão, o número de assinantes da marca cresceu.