Personal trainer denuncia assédio: "não somos objetos sexuais"
Personal trainer há seis anos, Dayane Coelho, 28 anos, precisou lidar (mais uma vez) com uma situação de assédio sexual por causa do seu trabalho. Na última segunda-feira, em vez de se calar, ela usou as redes sociais para reclamar do ocorrido e inspirar outras mulheres a não deixarem passar.
Acostumada a prestar serviços em condomínios e academias, a jovem que trabalha em dois locais, recebeu mensagens via WhatsApp de um homem em busca de uma professora de ginástica. Ao longo da conversa, ele afirmou querer uma “personal atraente que ele pudesse admirar. E que o atendesse de vestido”. Com a negativa da profissional, ele manifestou nervosismo.
Essa não é a primeira vez que Dayane é abordada por esse homem. No ano passado, ele já havia mandado algumas mensagens para professora que, desconfiada da abordagem, bloqueou o número.
“Eu não o conheço. Ele pegou meu telefone no anúncio que tenho no Google e ontem me chamou com outro número. Só reconheci porque a foto era a mesma. Já sofri assédio outras vezes, mas sempre deixava para lá. Mas me senti muito mal e vi que era necessário expor o que acontece, porque outras pessoas devem passar pelo mesmo e também não se pronunciam”, disse Dayane em conversa com o UOL.
A fim de dar uma basta no assédio, a professora de educação física entrou em contato com um advogado, mas foi desencorajada a seguir com o processo. “Meu advogado explicou que não adiantava eu fazer o Boletim de Ocorrência, porque o cara é um desconhecido. Não se trata de um chefe ou um assédio que ocorreu dentro do meu trabalho”, explicou.
O post de Dayane já teve cerca de 30 compartilhamentos nas redes e diversas mulheres parabenizaram a atitude da personal.
Ainda assim, Dayane sabe que não está sozinha. “Tenho vários amigos de trabalho que relatam passar por diversas situações parecidas. E são homens e mulheres, viu?"
Expor o assunto serviu como um alento para a personal. “Nós, mulheres, precisamos nos valorizar e mostrar que não somos objetos sexuais, somos profissionais qualificadas. E de uma certa forma sei que ajudei outras pessoas a terem a coragem de falar e de denunciar qualquer tipo de assédio, seja via internet ou presencial”.
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