Para trocar berço pela cama, avalie maturidade da criança e não idade
Muitos pais têm dúvida de quando é o melhor momento para a criança sair do berço e ir para a cama. O bebê cresce, aprende a ficar em pé, a engatinhar e, aos poucos, vai ganhando mais mobilidade. Para Christine Bruder, psicóloga e psicanalista infantil, diretora do berçário Primetime, em São Paulo, esse é o momento da mudança.
“Um dos primeiros sinais de que está na hora de fazer a transição para a cama é quando a criança começa a escalar as grades do berço, o que acontece, em geral, por volta dos dois anos. É uma questão de segurança”, diz.
Além de o berço começar a ficar perigoso para a criança, há também outros indícios que os adultos devem observar. “A criança começa a levar a almofada para o chão do quarto, quer dormir no chão, em outra cama”, afirma Christine. Em todos os casos, a psicóloga afirma que os pais não devem ficar preocupados com a idade do filho e sim observá-lo para saber como é a mobilidade dele, o desejo dele por mais autonomia e liberdade. “O correto é olhar para a criança e respeitar o momento dela”, afirma a especialista.
Camila Reibscheid, pediatra e neonatologista do Hospital São Luiz, na capital paulista, também diz que o mais importante não é a idade da criança e sim as habilidades que ela já tem e que podem variar de uma para outra. “A saída do berço, normalmente, acontece quando a criança está adquirindo autonomia. Está tirando a fralda, come sozinha e já consegue escalar o berço.”
Segundo a pediatra, a transição do berço para a cama não costuma ser traumática, pelo contrário. Para as crianças é uma novidade e uma sensação de que se está ficando grande. “Eles adoram a autonomia que ganham por poder deitar e sair sozinhos de sua própria cama”, fala Camila.
Para Christine Bruder, sempre é bom lembrar que o berço não é apenas um objeto. “O móvel tem um significado emocional para a criança, por isso é importante que ela participe desse momento, se for possível, que ela escolha a cama ou o local onde ela ficará.”
A pediatra Camila afirma que se a criança tem algum objeto, urso de pelúcia, paninho ou travesseiro, que é usado no seu ritual de sono, que ele deve ser levado para a cama nova. “Mas esse também é um momento em que os pais podem introduzir novos rituais de sono, contar histórias antes de dormir, dar um brinquedo diferente, algo novo.”
Independentemente da maneira como será feita a transição do berço para a cama, há um fator que pode causar muita frustração e desconforto na criança: se essa mudança significa a chegada de um novo bebê.
“Se a criança percebe que está saindo do berço para que outro bebê o ocupe, isso pode ser muito traumático. O que a gente recomenda é que os pais deixem os dois filhos em berço e depois façam a mudança ou mudem para a cama alguns meses antes da chegada do irmão ou da irmã”, fala Camila.
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