Existe vida após a separação: o amor próprio
Dia 27 de abril do ano passado, a escritora Andrea Cals perdeu seu marido, vítima de infarto. Para aguentar a barra pesada ela começou a escrever o blog “A Viúva Verde”. A história de Andrea foi escolhida para abrir essa matéria porque ao longo do ano é possível perceber como foi trabalhando o seu amor próprio após a perda do seu amor. Leia alguns trechos abaixo comparando o antes e o depois.
Alimentar o seu amor próprio é a melhor maneira de se valorizar, com ou sem alguém ao lado
Julho de 2010
"Tenho muita saudade, muita saudade do Zé. O que só a gente sabia; as coisas que só ele sabia de mim. Sinto muita falta do que só ele entendia ou do que não entendia, mas que só ele sabia que existia em mim. Saudade dos meus defeitos apontados, de como ele conhecia minhas coisas ruins, as chatas. Acho que a ausência do Zé me traz a falta de mim também. Aquela que eu era com ele já não existe mais e eu sinto falta dela. Eu sinto muito que todos os nossos momentos musicais tenham chegado ao fim e sei que nunca vou encontrar alguém que encontre em mim a música que o Zé encontrou."
Janeiro de 2011
“Saí da minha casa, o paraíso do Zé, como ele sempre dizia. Bati em retirada, num momento em que parecia não ter outra opção a não ser me mandar. Aluguei a única casa que havia visto, por telefone e em uma semana nos mudamos todos. Eu? Estou caminhando na raça. Em alguns momentos eu tenho a certeza e a tranquilidade de perceber que fiz a coisa certa. Mas sinto muita saudade da minha casa que não sinto ainda que seja esta onde estou agora.
Planos pessoais de trabalho em andamento. Quando eu puder conto mais sobre isso. Paralelamente, busco um trabalho normal, algo que possa chamar de um bom emprego, onde eu possa ganhar dinheiro e fazer um trabalho gratificante ao mesmo tempo. Eu disse um BOM emprego. Hahaha.”
Em busca do amor próprio
Sim, Andrea está virando o jogo aos poucos. Mas por que para tantas pessoas é tão difícil encontrar o amor próprio quando estão sozinhas ou após uma separação? O psiquiatra Leonard Verea explica: “O grande segredo é que nós devemos aprender a ser um pouco egoístas. Culturalmente, a criança ouve muito mais ‘não’ do que ‘sim’ e ela não consegue aprender a usar esta palavra porque, aparentemente, absorve que ‘não’. Mas não é bem assim. O egoísmo muitas vezes é uma fonte de energia e de sobrevivência para nós. Estou me referindo ao egoísmo saudável para o crescimento, e não ao ‘tóxico’, em que o ‘não’ é para prejudicar os outros”.
Na visão de Leonard, outro erro é achar que a gente só se ama quando é amada. “Amar é se dar. A partir do momento que você está preparada para se dar, principalmente para você mesma, está para pronta atrair e receber. Você alimenta seu amor próprio porque começa a conviver numa atmosfera de amor, vai se respeitando, se valorizando, percebe que nada daquilo que faz é em vão. Não há situação ‘após-o-amor’, porque você o vive constantemente, com ou sem alguém ao lado”.
Quatro atitudes para cultivar o amor próprio
Preste atenção às dicas do psiquiatra Leonard Verea e da mestre de ioga Regina Shakti:
1. Viva o momento de agora. Pare alguns instantes para questionar: “O que eu quero?”
2. Quando acabar um relacionamento, pense de forma positiva. Pense no que será que virá de melhor. Abra os braços e o coração para receber.
3. Se estiver sozinha, pare de se lamentar e tire a venda dos olhos. Quando tiver uma visão mais ampla do mundo e do amor, os pretendentes vão se aproximar.
4. Acorde a alma! Cantar e dançar ajusta os humores, eleva a consciência, fortalece o emocional e melhora tudo, não só o amor próprio, mas tudo em volta.
O que as internautas pensam
“O caminho da própria felicidade não é responsabilidade do outro, e sim nossa! Temos de regar todas as nossas flores que necessitam de cuidados.” – Meire
“Desde a minha terapia desta semana estou cuidando e gostando mais de mim, e já acertei uma pequena viagem para alguns dias de férias. Ou seja, se eu quiser, posso ser feliz comigo mesma!” – Dinah
”Amor próprio!! O nome já diz tudo: o que você sente ou como você se sente em relação a você! Se alguém ‘joga’ a sua autoestima na lama, esse alguém só pode ser você!” – Iria Bastos
"Ontem levei um pé na bunda catastrófico, que foi para fechar com chave de ouro todo um ciclo que eu me esforcei até o último instante para dar certo, mas é como dizem: não existia reciprocidade. Sei que toda a humilhação e desprezo que recebi se deve à abertura que dei. Eu deixei que fizessem isso comigo, mas eu precisava levar o pé na bunda que levei ontem para conseguir sair dessa... O que importa é que agora sei do meu valor, tenho amor próprio e, apesar da humilhação que sofri, sairei dessa!” – Tatá
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.