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Aos 52, ela estourou no Instagram enquanto enfrentava uma depressão
Quem assiste a um dos vídeos cheios de humor e deboche da influenciadora paulista Geiza Bernardes, 52, não imagina que menos de dois meses atrás ela sequer sonhava com a possibilidade de trabalhar como influencer. Mas aconteceu. Literalmente do dia para a noite, depois que seu conteúdo começou a viralizar no Instagram. Em dezembro do ano passado, Geiza viu seu número de seguidores no Instagram subir de mil para 100 mil. E tudo isso durante período mais tumultuado de sua vida.
Caçula de seis irmãos e apaixonada pela família, Geiza experienciava o luto pela morte da mãe, que tinha partido há cinco meses. Para ela, que já enfrentava uma depressão profunda, a dor lancinante extinguiu suas forças até para as tarefas mais simples do dia a dia, como levantar da cama. "A perda da minha mãe fez com que eu afundasse e fizesse um buraco na minha cama, do tanto que eu ficava lá. E sem tomar banho, tá?!Tem esse detalhe também, porque a deprê veio forte", lembra.
"Minha filha estava em depressão, então tive que abandonar o meu emprego para cuidar dela, porque ela precisava de cuidado 24 horas. Hoje está bem, graças a Deus. Depois disso eu desabei". Geiza que era gerente comercial de uma grande empresa perdeu o emprego o que, segundo ela, agravou sua situação. "Desabei porque estava desempregada depois de um ritmo frenético de trabalho. Antes eu tinha 25 funcionários sob minha responsabilidade, e então me vi em casa sem fazer nada, aí comecei a ficar deprê", conta.
"Reage, põe um cropped"
Um dia, na cama, no meio de uma crise depressiva, Geiza sentiu vontade de fazer algo diferente e quis compartilhar um vídeo no Instagram. Na época, em dezembro do ano passado, ela tinha pouco mais de mil seguidores, entre amigos e familiares.
De repente, a publicação em que ela usava um cropped da filha, Maria Fernanda, de 20 anos, viralizou. O vídeo foi visto mais de 2 milhões de vezes, e em pouco mais de um mês Geiza passou a ser seguida por quase 100 mil pessoas.
"Me surpreende e me emociona porque foi num momento de crise muito forte que eu fui descoberta e eu pude, com aquele vídeo, atrair milhares de mulheres e fazer bem pra elas. Então tive uma vontade muito grande de fazer mais e mais e mais vídeos assim. Nunca pensei em ser influenciadora digital, mas hoje eu vejo que preciso, eu tenho que ser, acho que tenho muito aqui dentro pra passar e pra dar."
Além da empolgação com o novo trabalho, Geiza faz questão de contar que conta com ajuda médica e psicológica. "Tomo medicação até hoje, que é necessário, e faço terapia também."
Clodovil como referência
A postura de modelo e o jeito desinibido têm uma explicação curiosa: 6 anos como bailarina de jazz e mais alguns como telespectadora assídua do apresentador e estilista Clodovil.
"Eu gosto de moda e tenho esse jeitão. As pessoas falam muito de eu ser chique, de ter um molejo, de ser charmosa. Eu me acho, eu gosto de mim assim. Mamãe era costureira e eu tinha que ficar no período da manhã com ela na máquina, até ela fazer almoço. E nesse período eu assistia Clodovil. Ele desenhava e eu ficava fazendo os jeitos dos desenhos dele, imitando as modelos. Aí ele desfilava, ensinava como desfilava, e eu assisti isso por anos", recorda.
"Os padrões têm que ser quebrados"
Em seu perfil no Instagram, onde fala de moda, beleza e autoestima, Geiza propõe um olhar crítico para padrões estéticos antiquados e limitantes, sobretudo para as mulheres.
"Tem muita mulher linda se achando feia. Acho que os padrões têm que ser quebrados, e eu quero quebrar padrões, mostrar pra essa mulherada que pode ser linda com barriga. Que pode ser linda com aquela pelanca embaixo do braço. Que pode ser linda com o cabelo branco, sim."
"Eu acho que o padrão estético que é imposto pela mídia é muito forte e faz com que as mulheres fiquem presas a eles. Porque às vezes a mulher fica nisso de 'eu tenho uma barriga, não posso usar isso', ou 'meu cabelo é feio, não sei como fazer', ou 'eu tenho que usar aquela unha cumpridérrima de gel, mas eu não tenho condições e eu tô feia porque não tenho aquilo'.
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