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Ex-fotógrafo da Playboy, ele faz sucesso na internet como "guru do sexo"

Ex-fotógrafo da Playboy, Fábio Vital, o "guru do sexo", faz sucesso nas redes, onde tem mais de 1,5 milhão de seguidores  - Reprodução/Instagram
Ex-fotógrafo da Playboy, Fábio Vital, o "guru do sexo", faz sucesso nas redes, onde tem mais de 1,5 milhão de seguidores Imagem: Reprodução/Instagram

Colunista do UOL

18/11/2020 04h00

"Como ser bom de cama", "Técnicas de sentada no boy" e "Como cultivar contatinhos" são alguns dos temas que ajudam a explicar o sucesso que o sexólogo brasiliense Fábio Vital, 27, faz nas redes: no Instagram e no YouTube são mais de 1,5 milhão de fãs.

Dono de um estilo escrachado, ele viralizou respondendo a seguidores com altas doses de humor e picardia. "Fábio, pedi pro boy meter mais fundo e ele broxou", escreveu uma internauta, recentemente.

"Meu amor, aprende uma coisa: nunca peça pro boy meter mais fundo, porque às vezes o cara já colocou tudo o que ele tinha pra colocar. Às vezes a mina fala 'mete mais fundo' e o cara não tem mais pinto pra pôr ali", aconselhou ele, em uma das inúmeras interações com seu público, majoritariamente feminino.

Sucesso acidental

"Meu sucesso no Instagram foi uma coisa inesperada. Eu usava o aplicativo pra passar o tempo e quis dar uma engajada, aí comecei a responder os stories, as caixinhas de perguntas com os principais questionamentos voltados à sexualidade e relacionamentos. As respostas sempre foram espontâneas, sem nenhum tipo de script, e isso fez com que meu trabalho viralizasse. As pessoas começaram a compartilhar os vídeos e isso fez com quem meu trabalho crescesse muito rápido", explica.

Formado em História, Fábio, o "guru do sexo", credita boa parte de sua bagagem à experiência como fotógrafo da Playboy. Ele trabalhou na revista até o encerramento das atividades da publicação no Brasil, em 2018.

Fabio Vital 2 - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Sexólogo e humorista, Fábio retomou a agenda de shows este mês em São Paulo, com lotação máxima, dentro dos protocolos de distanciamento estabelecidos
Imagem: Reprodução/Instagram

De fotógrafo da Playboy a sexólogo

"Fui convidado a entrar na Playboy pouco tempo depois de eu ter começado na fotografia. A Playboy me abriu espaço pra ter uma visibilidade maior no mercado sensual. Quando trabalhei na revista, o que mais me cobravam era passar uma imagem da mulher que fosse interessante para o homem. A ideia era agradar o público masculino, que era o público consumidor da marca. Comecei a estudar sobre sexualidade ainda na Playboy e me tornei sexólogo", conta.

"Na revista, meu foco maior era entender a mente masculina, o que pensava o homem. E isso foi, na verdade, o que atraiu as mulheres, porque eu me tornei aquele cara que falava sobre o que o homem pensa sobre relacionamento, sexo e tudo o mais, de uma forma divertida."

Irreverente e carismático, não demorou para que Fábio estourasse em outro nicho, o da comédia. Em janeiro deste ano, o sexólogo começou a viajar pelo Brasil com "Ele quer casar, ela só quer sexo", um show de stand up que teve plateias lotadas até o início da pandemia, quando todos os eventos foram adiados e, aos poucos, têm sido retomados.

Fabio Vital 1 - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Fábio Vital: "90% do meu público é feminino"
Imagem: Reprodução/Instagram

"A quarentena mudou a forma das pessoas pensarem"

Sobre sexo e casamento, aliás, Fábio acredita que a quarentena possa ter sido um período de autoconhecimento e novas descobertas para a muita gente. "Mudou a forma de as pessoas pensarem. Serviu para se conhecer, tanto os homens como as mulheres. Conhecerem o próprio corpo, se tocarem e experimentarem coisas consigo mesmas. Também foi um momento de explorar novas possibilidades na internet e sentir prazer a distância", analisa.

Se alguns casais conseguiram estar mais próximos, mesmo que virtualmente, na outra ponta o momento histórico fez com que as separações disparassem: entre maio e julho deste ano, os divórcios consensuais em cartórios aumentaram 54%. Em números absolutos, de 4.641 para 7.213, segundo dados do Colégio Notarial do Brasil.

Para Fábio, a convivência em tempo integral durante pandemia pode ser um dos motivos desse fenômeno - mas não o único.

"Em tempos normais, as pessoas não ficam 24 horas juntas, então muitos relacionamentos ruiram por conta desse convívio e porque não se conhece direito o parceiro e a parceira, que é hoje um dos pontos em que eu mais toco quando falo sobre o assunto. Acho que as pessoas aceitam mergulhar de cabeça sem de fato conhecer a pessoa e suas principais características, o que é determinante para que a relação seja saudável para ambos."