Em 2022, a Apple alcançou a marca de US$ 3 trilhões (R$ 15,3 trilhões) em valor de mercado. Boa parte desse volume de dinheiro veio do sucesso da sua linha de celulares. O iPhone, que nasceu em 2007, completa 15 anos agora, com 33 modelos diferentes lançados.

Quando olhamos lado a lado esses aparelhos, podemos observar mudanças pontuais e impactantes. Mas é na falta de guinadas radicais que temos mais respostas sobre os caminhos que a Apple está traçando. Quer ver?

O tamanho da tela diz muito sobre o que buscamos agora num smartphone: a maioria das pessoas prefere telão, para ver vídeos e jogos em qualquer lugar.

Mas também tem uma parte relevante dos consumidores que prefere celulares que caibam no bolso e não sejam difíceis de manusear com uma mão só.

O mercado foi se adaptando... Atualmente a Apple, assim como suas principais concorrentes, lança variações da mesma linha. Nos iPhones 12 e 13, foram quatro modelos do pequeno ao gigante.

No aniversário de dez anos, houve a primeira grande guinada. Quando a Apple apresentou o iPhone X, ele veio sem botão de início e com tela infinita, que permitia aproveitar mais o espaço da imagem sem mexer no tamanho do aparelho. Eram avanços importantes nas áreas em que ela já tinha inovado antes.

Fazia alguns anos que a concorrência saía na frente da empresa de Steve Jobs. A Samsung já tinha lançando um modelo com bordas infinitas e mais comprido, com muito aproveitamento de tela. As fabricantes chinesas não paravam de lançar versões do botão de início.

Mas a Apple revolucionou de novo com o reconhecimento facial. O Face ID mudou a forma como a biometria era usada e passou a identificar o dono do celular pelo olhar e pela geometria do rosto. Hoje ele é usado até para desbloquear o acesso ao seu aplicativo do banco.

O movimento, no entanto, mostra bem como a empresa decidiu caminhar depois que Steve Jobs saiu de cena: as mudanças nem sempre são claramente visíveis.

Em 2007, ela inovou com a tela de 3,5 polegadas, mas demorou cinco anos para entrar na onda das telonas —só em 2012 é que o iPhone 5 "cresceu". Naquele ano, o Galaxy Note da Samsung já tinha tela de 5,3 polegadas.

Há muitas críticas aos passos lentos da empresa que já foi considerada a mais inovadora do mundo, mas, ano a ano, também nota-se que o investimento aconteceu na parte interna ou em funções que antes sequer existiam.

A lupa nos números revela como a nossa experiência com o celular na mão só cresceu.

A tela passou de 3,5" para 6,7" e a resolução de 320 x 480 para 2.778 x 1.284 pixels.

O processador, que antes era de 412 MHz, agora tem uma unidade de processamento neural de 16 núcleos, capaz de realizar 15,8 trilhões de operações por segundo e fazer cálculos complexos de aprendizado de máquina.

A memória RAM pulou de 128 MB para 6 GB.

Precisamos de mais tela, mais resolução, mais poder de processamento e muita memória para dar conta do volume de informações.

Sem falar nas câmeras, que aposentaram as velhas máquinas de fotografar para a maioria das pessoas. Uma, duas, três, quatro lentes, que precisam focar automaticamente e dar conta do grupo inteiro na selfie. Rapidamente, antes que o bebê se mexa e o pet fuja.

A câmera principal, que antes era de 2 MP, hoje chega a 12 MP (e está longe de ser uma das mais potentes do mercado). O que realmente faz diferença é o processamento da imagem depois que a foto é batida. A "mágica" que os iPhones realizam nas imagens depois que elas são clicadas exigiu anos de evolução em inteligência artificial, machine learning, sensores e leitores de profundidade.

Estamos cada vez mais exigentes e visuais, vivemos em função das redes sociais, não largamos o aparelho... E os celulares precisam dar conta. Ou seja, dá-lhe bateria. Não à toa, este é o maior gargalo dos aparelhos da Apple.

Nos últimos 15 anos, ela passou de 1.150 mAh para 4.352 mAh e isso ainda não é suficiente para ficarmos dias longe da tomada.

A concorrência já apresenta celulares com telas que se dobram há anos. No Brasil, o primeiro a chegar foi o Galaxy Fold da Samsung, em 2020. Mas a Apple ainda parece longe de adotar a tecnologia. Rumores indicam que um iPhone dobrável só será lançado daqui a dois ou três anos.

A espera será longa para os entusiastas, mas a empresa já registrou patentes que mostram que ela está de olho em criar um iPhone bem diferente.

Confira a seguir algumas expectativas para o futuro baseada nelas e em outros rumores do mercado em termos de visual: