Topo

Bloqueio do ChatGPT na Itália é medida desproporcional, diz vice-premiê

Logotipo do ChatGPT, chatbot desenvolvido pela empresa OpenAI - Dado Ruvic/Reuters
Logotipo do ChatGPT, chatbot desenvolvido pela empresa OpenAI Imagem: Dado Ruvic/Reuters

De Roma

02/04/2023 14h11

O vice-premiê e ministro de Infraestrutura da Itália, Matteo Salvini, classificou neste domingo (2) como "desproporcional" a decisão de bloquear temporariamente os serviços da plataforma de inteligência artificial ChatGPT.

"Acho desproporcional a decisão do Garantidor de Privacidade que obrigou o ChatGPT a impedir o acesso na Itália, o primeiro e único país ocidental onde isso acontece", lamentou o líder do partido ultranacionalista Liga em comunicado, lembrando que "existem dezenas de serviços baseados em inteligência artificial".

Salvini explicou ainda que "paradoxalmente, o mesmo ChatGPT alimenta o chat do Bing, motor de busca concorrente do Google, que continua perfeitamente acessível".

"Toda revolução tecnológica envolve grandes mudanças, riscos e oportunidades, é certo controlar e regular através de uma colaboração internacional entre reguladores e legisladores, mas não pode ser bloqueado, impedindo e prejudicando o trabalho de quem faz negócios, pesquisa, inovação", ressaltou.

De acordo com o ministro, "os produtores do ChatGPT manifestaram a sua disponibilidade e aguardo que "haja um rápido esclarecimento e o restabelecimento do acesso". "Além disso não devemos ser hipócritas: as questões de privacidade dizem respeito a praticamente todos os serviços online, é preciso bom senso".

Por fim, Salvini garantiu que é "sempre" contra a censura e a favor da liberdade de pensamento, reforçando que "não é aceitável que na Itália, pátria de Galileu, Marconi e Olivetti, o uso de uma VPN tenha que ser levado em consideração para superar um bloqueio como acontece na China e em países sem liberdade".

A crítica foi feita após o órgão italiano de proteção de dados suspender o uso da ferramenta até que o ChatGPT respeite os regulamentos do país europeu. O popular software é capaz de simular e processar conversas humanas e já teve seus dados violados em março passado.