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No Ceará, robô high tech ajuda a reduzir risco de bombeiros em incêndios

Robô bombeiro Aircore, da Magirus, é usado pelo Corpo de Bombeiros do Ceará - Divulgação/CBMCE
Robô bombeiro Aircore, da Magirus, é usado pelo Corpo de Bombeiros do Ceará Imagem: Divulgação/CBMCE

Ed Rodrigues

Colaboração para Tilt, do Recife

25/11/2022 11h35

Uma nova tecnologia que zela pela segurança das equipes do Corpo de Bombeiros do Ceará entrou em operação e já realizou operações de sucesso. A corporação agora dispõe de um robô bombeiro que permite chegar em pontos de risco elevado aos agentes. O modelo Aircore, da empresa alemã Magirus, faz parte de um investimento do estado que não teve valores revelados.

A Tilt, o capitão Fideles Dutra contou que o robô já foi usado em duas ocasiões, e com sucesso. O oficial explica que a tecnologia dispõe de holofotes de alta capacidade e câmeras de filmagem regular e térmica.

O Aircore é movido por esteiras e tem adaptabilidade para qualquer terreno, seja superfícies irregulares ou acidentadas. Pode se movimentar, inclusive, sobre trilhos.

"Em síntese, o robô contribui com a segurança dos bombeiros, por jogar seus jatos de água a distâncias de 60 metros para auxiliar no rescaldo. Suas câmeras, em especial a térmica, identificam e aferem a temperatura do ambiente, orientando por onde o bombeiro deve manter o combate, além de poder iluminar o cenário do incêndio", disse.

O equipamento possui software avançado e transmite na tela em tempo real todo o cenário que os bombeiros terão pela frente. A turbina do Aircore, ressalta o capitão, permite alta absorção do calor, o que ajuda a resfriar o ambiente muito mais rápido. Esse atributo reduz o consumo de água a um quarto de outros métodos de extinção, considerando a mesma carga de incêndio.

Robô bombeiro Aircore, da Magirus, consegue pegar água do mar para apagar incêndios - Divulgação - Divulgação
Robô bombeiro Aircore, da Magirus, consegue pegar água do mar para apagar incêndios
Imagem: Divulgação

O poder de ventilação com nebulização de água ou espuma tem relação direta com o tempo de operação. Segundo a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do estado, enquanto um equipamento tradicional demora cerca de 65 segundos para controlar o fogo, o Aircore leva 25 segundos.

O robô é o único a realizar três operações em uma só máquina: ventilação por pressão positiva, resfriamento e extinção do fogo. Além disso, outra vantagem das solução é a possibilidade do uso de água do mar como agente extintor, uma vez que a bomba da viatura é fabricada em bronze e aço inoxidável.

Aircore em ação

Em 29 de outubro, a 4ª Companhia do 1º Batalhão de Bombeiros foi acionada para atender uma ocorrência de incêndio em vegetação em uma área verde. A operação foi a estreia do Aircore. Na ocasião, apontam os bombeiros, foi estabelecido um ataque direto com a utilização de sete mangueiras, além de bomba costal e abafadores.

No entanto, as condições climáticas, com vento forte de aproximadamente 25,9 km/h, e da geografia do terreno, que por falta de acesso impossibilitava um combate mais efetivo por parte da viatura, o incêndio estava se alastrando. A equipe pediu reforço e a corporação enviou o robô Aircore, o Auto Tanque 14 (AT 14) e da viatura Auto Bomba Tanque 53 (ABT 53), que juntos debelaram as chamas.

De acordo com o Corpo de Bombeiros do Ceará, o combate às chamas ocorreu com a utilização de água, abafadores e bombas costais, além do do robô Aircore e sua turbina em locais mais críticos.

"Após a extinção de todos os focos de incêndios, foi realizado o rescaldo. Por conseguinte, foi realizada uma inspeção em toda a extensão do terreno, de modo a garantir a impossibilidade de um novo incêndio", completou o capitão.

A corporação explica que, por fim, foi realizado o rescaldo da área, que é "o conjunto de ações necessárias para completar a extinção dos focos do incêndio, impedir o reinício das chamas e colocar o local em condições de segurança".

O trabalho do robô ajudou a encerrar o incêndio que havia tomado 12 hectares de vegetação. Foram utilizados cerca de oito mil litros de água na operação, que, devido à geografia do terreno e faltas de acesso, só foi possível graças a disponibilidade do Aircore.