Topo

Estação Espacial faz desvio para evitar colisão com resto de satélite russo

ISS - Reuters
ISS Imagem: Reuters

Leticia Marques

Colaboração para Tilt

26/10/2022 13h11Atualizada em 27/10/2022 08h44

A Estação Espacial Internacional (ISS) precisou realizar uma manobra de segurança recente que envolveu o desvio de sua rota para evitar o risco de ser atingida por destroços de um satélite russo.

Os detritos são resultados de um teste de míssil antissatélite, que explodiu intencionalmente o equipamento em novembro do ano passado em mais de 1,5 mil fragmentos. Ele estava fora de operação.

Segundo a Nasa, agência espacial dos Estados Unidos, a ISS acionou seus propulsores por 5 minutos e 5 segundos, para evitar ser atingida pelos destroços, no último dia 24 de outubro.

"A manobra não teve impacto nas operações da estação", afirmou a Nasa em comunicado.

"Sem a manobra, previa-se que o fragmento poderia ter passado a cerca de três milhas [quase 5 km] da estação", completou.

O polêmico teste russo

O satélite explodido pela Rússia é o Cosmos 1408, enviado ao espaço em 1982 e já desativado há anos pelo país. O objetivo era testar uma arma antisatélite.

Depois da ação, o governo dos Estados Unidos criticou a Rússia por conduzir um teste de míssil "perigoso e irresponsável".

Na época, os tripulantes da Estação Espacial precisaram se abrigar em cápsulas de passageiros e fechar as escotilhas dos módulos que integram a ISS. Eles receberam orientação da Terra para se proteger de uma nuvem de objetos causada pelo choque da destruição.

O governo russo e a Roscosmos (Agência Espacial Federal Russa) minimizaram o problema e negaram o risco real para a Estação Espacial.

Gravidade do lixo espacial

Calcula-se que mais de 130 milhões de objetos giram ao redor da Terra. Deste total, apenas 2.000 são satélites ativos. O resto é lixo espacial. A maioria possui 1 mm de diâmetro. Os maiores têm mais de 10 cm.

Por esse volume todo — que só tende a aumentar — o risco de colisão com satélites ativos não é descartada por especialistas, ainda que, por enquanto, a chance de acontecer não seja tão alta.

Em 2009, por exemplo, o satélite Cosmo 2251, que desde 1995 estava na órbita terrestre, colidiu com o satélite ativo Iridium 33, que fazia parte de uma rede de satélites de telefonia celular. O choque gerou mais mil outros fragmentos, que seguem girando pelo espaço.

Uma solução definitiva para a limpeza do espaço ainda não existe. Especialistas tentam encontrar formas de amenizar o problema.

*Com informações dos sites Futurism e reportagem especial de Mirthyani Bezerra, em colaboração para Tilt.