Topo

Óvnis na Ucrânia: astrônomo "caçador de aliens" de Harvard tem teoria

Estados Unidos sugerem que alguns óvnis sejam equipamentos militares de outros países, como China e Rússia - Departamento de Defesa dos EUA/To The Stars Academy
Estados Unidos sugerem que alguns óvnis sejam equipamentos militares de outros países, como China e Rússia Imagem: Departamento de Defesa dos EUA/To The Stars Academy

Aurélio Araújo

Colaboração para Tilt, em São Paulo

11/10/2022 14h35

Dezenas de óvnis (objetos voadores não identificados, ou UFOs, em inglês) registrados na Ucrânia nos últimos meses se tornaram alvos de investigação. O caso não se trata necessariamente de fenômenos alienígenas, mas avistamentos sem explicação. Desde então, pesquisadores tentam entender o que eles podem ser.

Na teoria mais recente, Avi Loeb, astrônomo da Universidade de Harvard e uma espécie de "caçador de alienígenas", sugere que os objetos não identificados são apenas projéteis de artilharia.

De acordo com o pesquisador, os céus de Kiev, capital ucraniana onde alguns foram avistados, deveriam ser o último lugar para procurar óvnis atualmente.

O que rolou

Em setembro deste ano, cientistas do Observatório Astronômico da Academia Nacional de Ciências da Ucrânia publicaram um relatório sobre "fenômenos aéreos inexplicados" sobrevoando o país. O artigo foi publicado, em fase de revisão dos pares, no repositório arXiv.

O documento destaca um "número significativo de objetos" celestes cuja natureza "não está clara". Os astrônomos ucranianos identificaram dois tipos desses óvnis: "fantasmas" (escuros) e "cósmicos" (brilhantes).

Os dados foram então analisados agora em outubro por Loeb, considerado um especialista no tema. Em Harvard, ele lidera o Projeto Galileu, no qual sua equipe se utiliza de rigor científico para buscar por vida extraterrestre.

"Na ciência, tentamos minimizar o ruído para que possamos captar o sinal, e portanto a Ucrânia seria o último lugar na Terra em que eu buscaria fenômenos aéreos não identificados [atualmente]. O nível de ruído está muito alto", afirmou Loeb à Vice, em referência ao fato de o país estar sob ataque da Rússia desde fevereiro.

No momento, os céus ucranianos estão repletos de objetos voadores: drones, aeronaves militares e projéteis de artilharia. O astrônomo então faz uma analogia: "é como querer encontrar as estrelas que compõem a Via Láctea e procurá-las durante o dia."

O que são os "fantasmas" e os "cósmicos"

Entre os "caçadores de óvnis", pessoas interessadas no tema que procuram estudar mais sobre o assunto, uma explicação comum para algo que parece desafiar a lógica é a de que os objetos voadores pertencem a seres com tecnologia além do entendimento humano.

Segundo Loeb, ainda assim, é preciso que eles sigam as leis da física, e é por isso que ele avalia que houve erros na coleta de dados e nas estimativas dos astrônomos da Ucrânia.

Ao estudar as evidências apresentadas no relatório ucraniano, o astrônomo chegou a algumas conclusões. No caso dos "fantasmas", objetos escuros, ele afirma que eles são vistos dessa forma por estarem bloqueando a luz. Logo, estariam na atmosfera terrestre.

Após avaliar o que considera que são erros de estimativa de tamanho e velocidade dos objetos no relatório da Ucrânia, Loeb concluiu que se tratam de projéteis de artilharia — algo que seria comum e explicável no caso de um país em guerra.

Já sobre os "cósmicos", que seriam diferentes por emitir luz, o norte-americano diz que podem ser satélites.