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Tilt Lab Day

Tilt analisa e compara ao vivo qual eletrônico leva a melhor


Quer um aspirador robô? Especialistas tiram dúvidas e ajudam na escolha

Rodrigo Lara

Colaboração para Tilt, em São Paulo

19/11/2021 04h00Atualizada em 19/11/2021 15h35

Ter um robô aspirador em casa é uma ideia tentadora para muita gente, afinal esses aparelhos são capazes de unir duas propostas que parecem bem opostas: manter uma casa limpa por mais tempo sem fazer qualquer esforço para isso. O problema aqui é na hora de escolher um aparelho.

Há diversas opções no mercado brasileiro e em uma faixa de preço bem ampla. E automaticamente surge a dúvida: vale a pena pagar mais por modelos mais avançados ou aquele baratinho dá conta do recado?

Esse foi um dos pontos abordados na segunda edição do programa Tilt Lab Day. Colocamos frente a frente quatro modelos de robôs aspiradores, cedidos para testes das marcas Multilaser, WAP, Samsung e iRobot.

Na ocasião, convidados e especialistas analisaram os produtos e ajudaram a sanar dúvidas enviadas ao vivo pelos espectadores (algumas que não foram respondidas na live estarão abaixo conforme o tema). Os robôs tinham diferentes preços e funcionalidades, mas o modelo da Samsung venceu como o melhor. O da iRobot levou na categoria melhor custo-benefício.

Veja no víde acima como cada aparelho se saiu em cada quesito e um breve guia para ajudar você na hora de comprar do tipo um aspirador robô.

Alinhando expectativas

O primeiro ponto que muita gente esquece na hora de comprar um robô aspirador é que esse tipo de aparelho é destinado a fazer a manutenção da limpeza da sua casa, e não uma faxina profunda.

Na prática, isso significa que você não poderá dispensar de vez aquele aspirador mais potente que tem em casa e/ou a tradicional vassoura e/ou o pano de chão, mas passará a utilizá-los bem menos.

Robô aspirador HO041, da Multilaser, tem baixo custo e faz o basicão - Iwi Onodera/UOL - Iwi Onodera/UOL
Robô aspirador HO041, da Multilaser, tem baixo custo e faz o basicão
Imagem: Iwi Onodera/UOL

"Ele não substitui um aspirador convencional, são produtos com propósitos bem distintos. O robô acaba sendo um investimento legal para quem tem os dias corridos e acaba facilitando a faxina mais pesada", afirmou Patrícia Brooks, profissional de limpeza e criadora do canal no YouTube "Tem Doutora na Faxina".

Da mesma forma, nem todos os robôs aspiradores conseguem recolher sujeiras mais pesadas, então é bom considerar o poder de sucção do motor do equipamento na hora da compra.

Se você tem pets e tapetes, por exemplo, é recomendado apostar em modelos mais potentes e com aquelas vassourinhas giratórias, o que ajuda na hora de remover pelos.

Por fim, é importante considerar o ambiente no qual o robô irá atuar. Geralmente esses aparelhos vão melhor em áreas mais abertas e sem tantos objetos próximos uns dos outros, o que acaba impedindo a sua movimentação e, consequentemente, fazendo com que ele não chegue até aquele canto mais escondido.

Pergunta de Lucas Carvalho: Vale a pena pagar mais de mil reais num robô desses?

Tudo depende do seu tipo de uso. Robôs aspiradores são uma comodidade e bastante úteis para quem não tem muito tempo sobrando para a limpeza da casa. Os modelos mais caros têm recursos avançados que tornam a sua operação mais eficiente e prática, o que tende a justificar seu preço elevado.

Tamanho importa

Tradicionalmente, os modelos são construídos de forma arredondada. E há uma explicação para isso: "por serem redondos, eles são considerados na robótica como um robô omnidirecional, capaz de ir para qualquer lado. Isso explica o seu formato, já que isso é importante para ele ter mais facilidade de locomoção", destacou Fernando Osório, professor de robótica e inteligência artificial da USP (Universidade de São Paulo).

Ainda assim, há exemplos de modelos triangulares e até quadrados, com o argumento de que esse formato ajuda o aparelho a se locomover próximo de paredes.

Independentemente do formato, é importante prestar atenção em dois detalhes: a altura e o peso dos robôs.

No primeiro caso, robôs mais altos tendem a não conseguir entrar sob móveis e eletrodomésticos como fogões. Neste caso, a limpeza não será feita nessas áreas — ou, pior, eles podem ficar entalados nesses locais.

Já o peso é importante especialmente para quem tem crianças e pets. Quanto mais pesado o robô aspirador for, mais difícil será para ele ser levantado (e sofrer o impacto de uma queda) e até mesmo virado.

Pergunta de Bruna Lavrini: qual dos robôs teria uma eficiência e segurança maior para casa com pet?

Em geral esses aparelhos não oferecem riscos a pets. Sobre a eficiência, eles são ótimos para recolher pelos, especialmente de pisos frios, já que a boca de sucção conta com uma escova giratória.

Pergunta de Leo Santana: Podem ser utilizados em pisos de ambientes externos?

Sim. A questão é que eles não vão aspirar objetos grandes, como folhas ou gravetos que porventura estejam no chão.

Força do motor

De nada adianta ter um robô aspirador rodando pela sua casa toda se ele não é capaz de sugar as partículas de sujeira, certo? É aí que entra a potência do motor, citada anteriormente.

É ela que vai gerar uma força de sucção para puxar desde fragmentos de pó até sujeiras maiores, como grãos de ração de animais. A maioria dos robôs tem motores com potência entre 30 e 60 Watts e, de forma geral, aqui vale a regra do "quanto mais, melhor".

"Ter um motor potente não ajuda só na sucção, mas também na movimentação do robô. É o que vai dar força para ele subir em desníveis, por exemplo. Então esse é um quesito muito importante", explicou o professor Osório.

Detalhe das 'vassourinhas' robô aspirador Roomba 675, da iRobot - Iwi Onodera/UOL - Iwi Onodera/UOL
Detalhe das 'vassourinhas' robô aspirador Roomba 675, da iRobot; motor do modelo foi um dos mais potentes testados no Tilt Lab Day
Imagem: Iwi Onodera/UOL

Há, porém, dois detalhes que merecem sua atenção. O primeiro é que, invariavelmente, motores mais potentes tendem a fazer mais barulho.

Ainda que os robôs aspiradores sejam, via de regra, consideravelmente mais silenciosos do que aspiradores convencionais, ficar ouvindo o barulho de um deles por mais de uma hora todos os dias pode ser incômodo para alguns.

Outro detalhe é que existem modelos, especialmente os mais avançados, que trazem soluções de design que potencializam a remoção de sujeira do piso sem depender tanto de força bruta. Vale a pesquisa mais aprofundada antes de comprar um.

Pergunta de Valeria Salla: O ruído de funcionamento desses modelos é equivalente a que outro eletrodoméstico?

Ele fica bem abaixo de um aspirador convencional. Talvez a maior semelhança seja com o ruído de uma air fryer.

Pergunta de Renata Baptista Madureira: Qual a diferença entre a potência dos robôs e dos aspiradores convencionais?

É uma diferença considerável, já que aspiradores convencionais podem ser mais de dez vezes mais potentes. Mas há uma explicação e ela está na natureza de uso: enquanto aspiradores convencionais são adequados para uma faxina mais profunda, os robôs servem para manutenção e vão evitar acúmulo de sujeira, tornando a faxina mais simples.

Aspirador que passa pano vale a pena?

No mercado brasileiro, existem modelos de robôs aspiradores que trazem uma função adicional à combinação de varrer e aspirar: a possibilidade de passar pano em pisos frios.

Essa função, porém, tende a ser limitada. Foi o que apontou Bruna Souza Cruz, editora-assistente de Tilt, que testou os quatro aspiradores avaliados para o Tilt Lab Day.

Segundo ela, na prática, o mop faz uma limpeza mais superficial. Dá uma ajuda, mas não é capaz de tirar manchas. "Se eu fosse escolher um robô aspirador [para a minha casa], não levaria muito esse extra em conta, a não ser que o preço compensasse pelo custo-benefício. Por isso é importante você avaliar se essa característica ajudaria em sua rotina."

Robô aspirador Robot WSmart, da WAP - Iwi Onodera/UOL - Iwi Onodera/UOL
Robô aspirador Robot WSmart, da WAP, conta com mop
Imagem: Iwi Onodera/UOL

Um dos motivos da limitação é que a área do mop tende a ser pequena. Além disso, esses robôs costumam se deslocar de maneira aleatória pelos cômodos, o que pode significar locais da casa sem a devida a tradicional passada de pano.

Se essa função não importa tanto para você ou se você precisa de uma limpeza mais profunda, a recomendação é deixar cada um no seu quadrado: priorizar um robô aspirador que seja bom em sua função de aspirar pode ser mais vantajoso, dependendo do preço final do aparelho.

Pergunta de Renata Baptista Madureira: a limpeza com o paninho que vem nesses robôs é boa?

Não. A limpeza com paninho é apenas superficial e como os robôs andam pela casa de forma aleatória, não espere que o chão ficará brilhando de maneira uniforme.

Pergunta de Letícia Naísa: dos os robôs servem pra todos os tipos de piso? Ou tem algum que funciona melhor em piso frio, piso laminado ou carpete?

Todos os robôs são adequados aos pisos citados, porém os modelos mais fortes e avançados dentre os testados foram melhor em pisos como tapetes.

Pergunta de Marcelo Nadalon: O que acontece se houver água no chão quando o robô passar? O robô é resistente?

Depende da quantidade de água. Se o chão apenas estiver úmido, o robô passará sem danos. Se houver muito acúmulo de água, ele não apenas não vai aspirar o líquido como pode sofrer danos.

Bateria tem que durar

De nada adianta contar com um robô aspirando a casa se ele faz isso por pouquíssimo tempo e a bateria já acaba, não é mesmo?

Em média, aparelhos do tipo podem aspirar a casa por tempos que variam de 1h a 1h30, o que é suficiente para dar uma geral na casa uma ou duas vezes ao dia.

Nesse quesito, a ficha técnica do aparelho costuma dar um bom indicativo do quanto ele consegue funcionar sem precisar de recarga.

"A capacidade da bateria, em miliamperes (mAh), é importante. Mas também há a questão do consumo, já que modelos mais potentes e com funções como escovas giratórias e sensores tendem a gastar mais", diz o professor Osório.

"Ainda assim, não é algo simples de estimar o mínimo de bateria necessária para se limpar uma casa inteira. Neste caso, o melhor é consultar a documentação do produto e experimentar na prática", completou.

Aspirador robô POWERbot-E VR5000RM, da Samsung - Iwi Onodera/UOL - Iwi Onodera/UOL
Aspirador robô POWERbot-E VR5000RM, da Samsung, ganhou na categoria bateria na avaliação do Tilt Lab Day
Imagem: Iwi Onodera/UOL

Outra função merece sua atenção é a presença ou não de base de recarga. Aparelhos mais simples funcionam da seguinte maneira: você liga ele em um cômodo e esquece. Uma vez que a bateria acaba, você precisa ir até ele pegar o carregador e plugá-lo na tomada por um tempo — que pode superar 4 horas.

Já os modelos que contam com base de recarga e recursos inteligentes não exigem essa operação manual. Quando a bateria está acabando, eles simplesmente retornam para o ponto de recarga, se encaixam automaticamente e lá ficam até serem solicitados novamente.

Pergunta de Viviane Gouvêa: Se a bateria acabar e a limpeza não, os robôs que voltam pra base, depois de recarregar, eles retornam pra terminar a faxina sozinhos?

Os robôs que têm base de recarga voltam para ela em duas situações: ao final da limpeza ou quando a bateria está no fim. Isso só não acontecerá se houver obstruções no caminho. Os robôs testados com essa função geralmente funcionam até a bateria estar quase no fim, já que eles não têm função de mapeamento de ambientes. Uma vez na base, eles precisam ser acionados novamente para iniciar outro ciclo de limpeza.

Inteligência é diferencial

Por fim, é importante avaliar bem os recursos que os aparelhos oferecem. Sensores para detectar obstáculos —que podem ser totalmente digitais ou por contato — e antiqueda são triviais para os aspiradores robôs.

Os mais avançados conseguem ainda mapear os cômodos da casa. Esses costumam ser mais eficientes e podem ser programados para limpar lugares específicos.

Por falar em programação, outro aspecto que merece a atenção é a possibilidade dos robôs serem controlados à distância. Isso pode ocorrer via controle remoto ou por smartphone, via app dedicado e conexão wi-fi. No último caso, tudo fica mais intuitivo e prático, sendo que alguns aparelhos até permitem que você dê comandos quando está longe de casa e sejam ativados por comandos de voz.

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