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99 fará mapeamento de 'zonas de risco' com ajuda de motoristas

99 fará mapeamento de "zonas de risco" com ajuda de motoristas - Divulgação
99 fará mapeamento de "zonas de risco" com ajuda de motoristas Imagem: Divulgação

Felipe Oliveira

Colaboração para Tilt

26/05/2021 18h09

A 99 anunciou nesta quarta-feira (26) alguns ajustes que visam aumentar a segurança dos motoristas. Além de algumas funcionalidades que já são utilizadas pela empresa, como a selfie dos passageiros, agora os motoristas terão informações sobre o status do cliente antes da viagem e também poderão opinar para o mapeamento das chamadas "zonas de risco".

Segundo a empresa, as novas medidas foram realizadas após uma pesquisa com a participação dos motoristas, na qual 45% disseram acreditar que ficariam mais seguros se tivessem a disponibilização de mais informações sobre os passageiros, e 54% afirmaram ser importante notificações sobre zonas de riscos.

Para esse processo de mapeamento das zonas de risco nas cidades, a empresa enviará ao motorista uma notificação pop-up após as corridas para que ele indique se o desembarque do passageiro foi feito em uma área que ele considera de risco. Essa informação enviada pelo motorista será somada a informações que uma Central de Segurança da 99 possui para fazer a classificação.

"É uma avaliação bastante robusta. Usamos de dados de segurança pública e até informações de nosso aplicativo, como algum fato concreto já reportado por um motorista naquela região, para fazer essa classificação de risco", disse Thiago Hipólito, diretor de segurança da 99.

Segundo o diretor da 99, a contribuição do motorista se somará a análises já realizadas pela empresa, que possui uma equipe de especialistas que "acompanha redes sociais, notícias de jornais e dados de segurança pública", para fazer um mapeamento mais completo possível. "Essa posição do motorista é uma camada a mais, não é determinado apenas pelo input do motorista", explica.

"Nenhuma área será excluída"

De acordo com o diretor de segurança da 99, nenhuma área das cidades atendidas pela empresa será excluída por conta da opinião dos motoristas. Os colaboradores apenas receberão a informação sobre a classificação de risco daquela região e poderão escolher ir ou não para atender ao chamado.

Questionado por Tilt se isso não poderia gerar notas baixas para regiões que os motoristas não conhecem ou tiveram alguma experiência ruim, Hipólito, da 99, explicou que existe uma regionalização na área de atuação do motorista, com muitos atuando próximos de onde residem, o que não vai prejudicar nas avaliações dos locais.

"Para um motorista que não mora em determinada região, ele pode até não achar segura, mas o motorista que está ali todos os dias se sente seguro e fará uma avaliação de acordo esse sentimento", justifica.

Outro ponto de destaque no mapeamento é que ele será dinâmico, ou seja, a classificação das zonas de risco pode mudar durante o dia. Por exemplo, uma região central da cidade que possui muitos trabalhadores durante o dia, mas que a noite fica deserta e pode ser considerada perigosa, terá classificação diferente nesses dois períodos.

Nova validação de acesso

O aplicativo também anunciou que os passageiros terão de fazer uma nova validação para acessar o aplicativo. Atualmente, a empresa pede apenas informações como CPF e cartão de crédito. A nova atualização vai solicitar a digitalização em tempo real do RG do passageiro.

Perguntado por Tilt se não era arriscado apostar na validação do RG, já que recentemente muitos vazamentos vêm ocorrendo, inclusive com fotos de documentos de algumas pessoas, o diretor de segurança da 99 afirmou que a análise de autenticação dos documentos é feita por uma empresa terceirizada e que a Inteligência Artificial envolvida no processo consegue identificar a veracidade do documento, inclusive percebendo se trata-se de uma foto.

Além disso, um assistente de segurança vai disponibilizar aos motoristas informações do passageiro, como por exemplo o nome, notas atribuídas durante as corridas e a frequência que utiliza o aplicativo para que ele possa avaliar se aceitará a corrida ou não - o parceiro, contudo, não terá acesso a outros dados pessoais como o telefone da pessoa.

"A atribuição do fator de risco é feita com IA. Uma pessoa, por exemplo, que acabou de fazer o download do app e se recusou a preencher alguma informação, é madrugada e ela começa a cancelar várias corridas, isso denota um comportamento estranho. Esse usuário pode, por exemplo, estar procurando um carro específico para roubo. A IA vai então atribuir uma análise de risco maior e informar ao motorista", explicou Thiago Hipólito.

Cruzamento de dados com Serasa Experian

A 99 também informou que vai começar a enviar aos passageiros um quiz com perguntas elaboradas pela Serasa Experian. As questões trarão informações pessoais como o nome da mãe ou em quais bancos o passageiro possui conta corrente.

Ao acertar essas perguntas, o cliente será validado e levado à página de solicitação de corridas - a 99 não terá acesso as informações pessoais ou as respostas dadas pelos usuários.

De acordo com o diretor de segurança, o procedimento de validação do RG terá de ser feito pelos clientes apenas uma vez, enquanto o quiz será enviado algumas vezes para confirmar que aquela pessoa é real e não se trata de um roubo de contas.

"A gente solicita informações adicionais para validar a pessoa. Se dentro dessa IA tivermos alguma dúvida, o próprio quiz vai disparar uma segunda informação, como solicitar uma selfie. A gente não bloqueia as pessoas, mas tenta trazer um cadastro adicional, com várias frentes", explicou Hipólito.

Segundo a 99, a validação de acesso estará disponível a partir de junho, enquanto o recurso de validação de RG começará em julho. O mapeamento de áreas de risco também já está em funcionamento.