Descobriram o tamanho do núcleo de Marte, e é maior do que o previsto
A missão Insight, que foi enviada pela Nasa para Marte em 2018, conseguiu medir o raio do núcleo do planeta. É a primeira vez que o raio de um planeta é medido além da Terra. Segundo a "Nature", o tamanho do núcleo de Marte foi obtido ouvindo a energia sísmica que vem do interior do planeta. A novidade é que o interior de Marte é maior do que se pensava.
Segundo os dados da Insight, a medição sugere que o raio do núcleo marciano é de 1.810 a 1.860 quilômetros, o que daria aproximadamente metade do da Terra, que tem cerca de 4.620 quilômetros no total (incluindo núcleo interno e externo). A nova informação foi apresentada na Conferência de Ciência Lunar e Planetária (LPSC, na sigla em inglês), em Houston (EUA), na quarta-feira (18) .
A nova medida é maior do que apontavam estimativas anteriores, e de acordo com a publicação, pode significar que o núcleo de Marte também seria menos denso que o esperado. Daí o núcleo, por conta disso, deve conter elementos mais leves, como oxigênio, ferro e enxofre.
Os dados que deram origem à descoberta da Nasa vieram de descobertas anteriores da sonda Insight sobre as camadas na crosta marciana. "Agora começamos a ter essa estrutura profunda até o núcleo", disse em uma palestra pré-gravada e exibida nesta semana o geofísico Philippe Lognonné, do Instituto de Física da Terra de Paris, e líder da equipe de sismômetros da Insight.
Planetas rochosos como Marte e a Terra têm sua formação dividida em crosta, a área mais externa; manto, composto por minerais pastosos e sob muita pressão; e núcleo, com uma camada externa mais fluida, e outra interna, sólida.
Segundo o site New Scientist, o sismômetro da missão Insight aferiu dois tipos de ondas sísmicas: as que deslizam perto da superfície e viajam em uma linha relativamente reta entre o terremoto e a sonda, e as que saltam ao redor do planeta antes de chegar aos detectores.
O equipamento estudou as ondas sísmicas que saltaram do limite entre o manto e o núcleo, usando a diferença de tempo e a direção de onde as ondas chegaram aos sensores, a equipe pôde estimar o raio do núcleo de Marte entre 1.810 a 1.860 quilômetros.
Os dados também sugerem que o manto superior, que se estende por cerca de 700 a 800 quilômetros abaixo da superfície, contém uma área de material espesso no qual a energia sísmica se move mais lentamente.
Com a descoberta sobre Marte, os pesquisadores poderão comparar com os dados semelhantes que temos na Terra e com isso entender melhor como os planetas do Sistema Solar evoluíram.
Até agora, o sismógrafo do Insight detectou cerca de 500 terremotos, o que significa que o planeta é sismicamente menos ativo que a Terra, mas mais ativo do que a Lua. O planeta também já teve um forte campo magnético como o da Terra, mas ele reduziu ao longo do tempo e por isso a atmosfera de Marte escapou para o espaço, tornando o planeta frio e com menos propensão à vida.
O desafio agora é aproveitar ao máximo os recursos da Insight, já que a poeira do solo marciano está fechando seus painéis solares de dois metros de largura, o que impede o equipamento de guardar mais energia.
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