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Quem é ex-Google que roubou segredos da empresa e ganhou perdão de Trump

Anthony Levandowski, ex-engenheiro do Google e cofundador da Pronto - Frederic Neema/ Octamedia Produc/Divulgação Wikimedia Commons
Anthony Levandowski, ex-engenheiro do Google e cofundador da Pronto Imagem: Frederic Neema/ Octamedia Produc/Divulgação Wikimedia Commons

Marcos Bonfim

Colaboração para Tilt

20/01/2021 13h30

Sem tempo, irmão

  • Ex-engenheiro do Google foi condenado por roubar segredos de veículos autônomos do Google
  • Esses mesmos segredos foram depois entregues à concorrente Uber
  • Segundo Casa Branca, Anthony Levandowski já pagou preço significante por suas ações

O ex-engenheiro do Google, Anthony Levandowski, recebeu perdão total do presidente Donald Trump. Ele integra uma lista de mais de 70 pessoas que ou receberam perdão por suas ações ou tiveram as suas sentenças alteradas, em um dos últimos atos da administração Trump à frente da Casa Branca.

Lewandowski foi condenado em agosto de 2020 a 18 meses de prisão por roubo de informações secretas da divisão de veículos autônomos da empresa de tecnologia, a Waymo, para entregá-las à Uber. Na ocasião, o juiz declarou que o executivo tinha realizado o "maior crime de segredo comercial que ele já tinha visto".

Para evitar uma sentença maior, que poderia chegar a dez anos, Levandowski se declarou culpado e também concordou em pagar US$ 756 mil (R$ 4 milhões na conversão direta) ao Google e mais uma multa de US$ 95 mil (R$ 503 mil).

São quantias pequenas se comparadas com os US$ 175 milhões (R$ 926 milhões) que ele foi obrigado a pagar por tentar atrair profissionais da multinacional para a sua startup, Otto, fundada em 2016 logo após a sua saída do Google. A empresa depois foi vendida à Uber. Ele até entrou com um pedido de proteção contra falência e hoje tenta que o aplicativo se responsabilize para pagar esse valor.

Por causa da pandemia de covid-19, o início da sua sentença foi adiado e ele não chegou a ser preso.

A declaração

No texto divulgado, a Casa Branca argumenta que Lewandowski é um "empresário americano que liderou os esforços do Google para criar a tecnologia de veículos autônomos" e usa a sentença do juiz, reconhecendo as competências do profissional, para reforçar a necessidade do perdão.

Para a administração, o executivo já pagou um preço significante por suas ações e agora está comprometido em usar os seus talentos para o bem público. A declaração também lista profissionais de renome que apoiam o perdão ao ex-Google, como Peter Thiel, PayPal e o cofundador da Palantir, e Palmer Luckey, criador do Oculus VR e da Anduril Industries.