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Quase atacado por tubarão: como é o projeto com drone que salvou surfista

Rodrigo Lara

Colaboração para Tilt

08/10/2020 15h47

Imagens feitas por um drone salvaram por pouco a vida de um surfista na Austrália. Os registros impressionantes que mostram o ex-campeão australiano de surfe Matt Wilkinson remando na prancha e o tubarão de aproximando —e desistindo do ataque em seguida— foram captadas por um drone comandado por um grupo chamado Surf Live Saving New South Wales (SLSNSW),

Essa organização é composta de voluntários que atuam como salva-vidas nas praias da Nova Gales do Sul, Estado australiano que engloba cidades importantes, como Sydney.

Olhos no ar

A iniciativa de usar drones para monitorar as praias é financiada pelo governo de Nova Gales do Sul e cada uma das 34 cidades da costa do estado conta com pelo menos um drone para esse fim.

Ao todo, foram investidos 8 milhões de dólares australianos (por volta de R$ 32 milhões) no programa.

Os aparelhos são equipados com câmeras e alto-falantes que podem reproduzir mensagens gravadas de alerta a banhistas ou, ainda, transmitir áudio em tempo real. Foi assim que Wilkinson ficou sabendo que um tubarão potencialmente perigoso estava por perto e que o melhor seria voltar para a areia.

Para pilotar um drone, o SLSNSW exige um curso de dois dias para quem não tem uma licença de pilotagem de aeronaves do tipo. O programa inclui uma variedade de modelos de drones, com aparelhos capazes de superar os 70 km/h de velocidade e serem controlados por distâncias de cerca de 8 km.

A autonomia das baterias varia, mas em geral esses drones podem voar por cerca de 30 minutos sem a necessidade de recarga.

Outras iniciativas

Além do programa financiado pelo governo de Nova Gales do Sul, há uma outra iniciativa na Austrália chamada Westpac Life Saver Rescue Drones. A ideia, aqui, é mais ampla e envolve o uso de 51 drones para patrulhar o litoral da Austrália e tornarem o trabalho dos salva-vidas mais efetivo. Esses drones podem até carregar boias para serem usadas na ajuda a banhistas em situação de perigo.

Outra iniciativa vem da empresa Westpac Little Ripper, divisão da The Ripper Group. Neste caso, são usados os sistemas SharkSpotter e CrocSpotter, que se valem de inteligência artificial e aprendizado de máquina para identificar a presença de tubarões nas águas marinhas e crocodilos em água doce.

Aqui, os drones usam câmeras de alta definição que têm suas imagens "interpretadas" pelos algoritmos. As aeronaves também podem emitir alertas sonoros e jogar dispositivos de flutuação e até desfibriladores para resgates. De acordo com a empresa que utiliza o sistema, drones do tipo já fizeram mais de 600 intervenções por toda a Austrália.

Território perigoso

Tudo bem que perto dos diversos e curiosos animais que habitam a Austrália, tubarões parecem até triviais. A princípio parece um exagero se valer de um sistema de vigilância tão complexo para evitar acidentes.

No entanto, estatísticas do Shark Research Institute mostram que, entre 1988 e 2018, a Austrália foi o segundo país com mais ocorrências de ataques não-provocados de tubarão no mundo, com 488 casos. E a Nova Gales do Sul liderou o número de ocorrências do tipo, com 156 ataques registrados no período, sendo sete fatais.

Tal sistema poderia ser útil no Brasil. Ainda segundo dados do instituto, no mesmo intervalo de 20 anos o país foi o quarto com o maior número de ocorrências, com 98 ataques. A liderança fica com os Estados Unidos, com a impressionante marca de 1.406 ataques.

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