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Luvas inteligentes criadas por queniano traduzem língua de sinais para voz

A luva foi criada para ajudar na comunicação com a sobrinha de 6 anos - Divulgação/Brett Eloff/Royal Academy of Engineering
A luva foi criada para ajudar na comunicação com a sobrinha de 6 anos Imagem: Divulgação/Brett Eloff/Royal Academy of Engineering

De TILT, em São Paulo

30/03/2020 16h13

O engenheiro queniano Roy Allela, de 25 anos, desenvolveu uma ideia inovadora para conseguir se comunicar com a sobrinha de seis anos, deficiente auditiva: uma luva capaz de transformar os movimentos da língua de sinais em áudio em tempo real.

A tecnologia, chamada Sign-IO, é conectada via Bluetooth a um aplicativo Android que permite que o usuário escolha o idioma e personalize a voz utilizada, mudando o gênero e até o timbre. O resultado da tradução tem 93% de precisão.

"O público geral no Quênia não entende língua de sinais, então quando ela sai, ela sempre precisa de um intérprete. Imagine a dependência a longo prazo, o quanto isso vai atrapalhar o progresso de sua vida... Quando te afeta pessoalmente, você percebe as dificuldades que as pessoas têm na vida. Por isso eu me esforcei muito para completar esse projeto", explicou o engenheiro em entrevista ao jornal britânico The Guardian.

As luvas foram testadas em uma escola para crianças com necessidades especiais no condado rural de Migori, no sudoeste do país africano. Lá, os estudantes ajudaram a ajustar uma característica importante da tecnologia: a velocidade com que os gestos são traduzidos.

Sign-IO 2 - Divulgação/Brett Eloff/Royal Academy of Engineering - Divulgação/Brett Eloff/Royal Academy of Engineering
No aplicativo, é possível alterar velocidade da tradução e personalizar a voz
Imagem: Divulgação/Brett Eloff/Royal Academy of Engineering

"As pessoas gesticulam em velocidades diferentes, da mesma forma que falam em velocidades diferentes. Algumas são muito rápidas, outras mais lentas, então integramos isso ao aplicativo para que seja confortável para qualquer um utilizar", diz Allela.

Agora, Roy trabalha para levar as luvas a cada vez mais crianças com deficiência auditiva ou de fala. Ele tem conseguido apoio na missão: chamou a atenção da Sociedade Americana de Engenheiros Mecânicos (ASME), a maior organização mundial de engenheiros mecânicos, e ficou em terceiro lugar do prêmio da Academia Real de Engenharia para inventores africanos.