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Quantos buracos negros existem? Cientistas chegaram a um número astronômico

Ilustração mostra o buraco negro MAXI J1820+070, um dos 40 quintilhões que existem no Universo, segundo cálculo de cientistas - Aurore Simonnet e Nasa
Ilustração mostra o buraco negro MAXI J1820+070, um dos 40 quintilhões que existem no Universo, segundo cálculo de cientistas Imagem: Aurore Simonnet e Nasa

18/07/2022 04h00

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Quantos buracos negros existem? - Pergunta de Taiane Nero, Montes Altos (MA) - quer enviar uma pergunta também? Clique aqui.

Cara montesaltense, prepare a calculadora: há 40.000.000.000.000.000.000 de buracos negros neste universão velho sem porteira que o que o telescópio James Webb está desbravando como nunca dantes.

Traduzindo para a gente conseguir ler e falar essa quantidade absurda, são 40 quintilhões de buracos negros "pequenos" - com massa de 5 a 10 vezes maior que a do Sol e surgidos a partir do colapso de estrelas massivas - no Universo observável. A estimativa é de pesquisadores da Scuola Internazionale Superiore di Studi Avanzati (SISSA), divulgada em janeiro de 2022.

Segundo os autores do estudo, esse montante representa mero 1% de toda a matéria do Universo - que eles descrevem como uma esfera com diâmetro de 90 bilhões de anos-luz.

Em comunicado à imprensa, o doutorando em astrofísica Alex Sicilia e seus orientadores Andrea Lapi e Lumen Boco comentam que essa sua pergunta, cara montesaltense, é uma das mais relevantes e desafiadoras para a astrofísica moderna.

Para calcular esse número literalmente astronômico, os pesquisadores criaram uma robusta modelagem de dados para simular como a formação das estrelas —e, consequentemente, de buracos negros— se deu no Universo.

Para isso, usaram estatísticas conhecidas sobre várias galáxias referentes ao tamanho delas, os elementos químicos nelas contidos e os tamanhos das nuvens gasosas em que suas estrelas se formaram.

Os pesquisadores também configuraram e conjugaram informações como a taxa de formação de estrelas, o montante de massa estelar e a quantidade de metal estimados no interior das estrelas para criar um modelo de Universo que reproduzisse fielmente o processo de criação e morte de estrelas —e que batesse com o Universo em que vivemos hoje.

"Reconstituindo a evolução das estrelas no Universo, estimamos o quão frequentemente elas se transformam em buracos negros", resumiu Sicilia em nota à imprensa.

Falando assim parece simples, né, cara montesaltense.

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