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Alessandra Montini

Previna-se! Seu celular sabe tanto sobre você que te coloca em risco

Getty Images
Imagem: Getty Images

20/02/2020 04h00

Grande parte dos nossos dados pessoais fica armazenada em nosso smartphone, aparelho que nos apresenta um mundo de possibilidades, como falar com pessoas de todos os lugares do planeta, fazer transações bancárias, comprar, encontrar o caminho certo, mostrar localização, pedir um carro. Tudo isso ao toque de um dedinho e pronto... De repente, todas as nossas informações que deveriam estar seguras, estão disponíveis.

Localização geográfica, datas e horários podem revelar as atividades e por onde as pessoas andam. Muitos aplicativos ainda pedem para ter acesso ao microfone, a câmera e as fotos salvas no dispositivo. Sem falar nas companhias que conseguem analisar seus hábitos de navegação. Quantas vezes você procurou um pacote de viagem no Google e de repente, ele começou a aparecer com mais frequência em suas redes sociais?

Segurança em qualquer situação sempre é um assunto que está em primeiro lugar em nossa lista de desejos, e com a tecnologia não deveria ser diferente. Já somos 126,9 milhões de brasileiros que usam a internet, sendo que 96% preferem acessar pelo smartphone de acordo com a pesquisa TI Domicílios. Diante de um número tão representativo, a privacidade online precisa ser uma preocupação constante.

Mesmo que algumas marcas usem nossos dados com finalidade comercial, nada impede que hackers os roubem e usem contra nós. Atualmente, com a nova Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), as empresas precisam pedir consentimento explícito para usar e armazenar informação pessoal. Mas, segundo a empresa Kaspersky, entre julho de 2018 e julho de 2019, o Brasil ocupou a sétima posição no ranking mundial de países mais atacados por malware, um programa malicioso, com 22 ataques por segundo.

Se considerarmos apenas os dispositivos móveis, são 6,2 ataques por segundo na América Latina. O estudo ainda aponta que o alvo dos bandidos são credenciais bancárias, já que 65% das transações bancárias no Brasil são feitas por meio de smartphones. E uma vez que os criminosos têm seus dados, o prejuízo vem rápido.

Para não ter dor de cabeça, a melhor maneira é se proteger, usar o bom senso para não cair em armadilhas de correntes e links que aparecem em aplicativos como WhatsApp e evitar acessar qualquer rede de wi-fi. Mas, vale prestar atenção a outros pontos, como:

Analisar as permissões requisitadas pelos aplicativos

Mesmo os aplicativos seguros podem pedir permissão para acessar seu smartphone, o que compromete a segurança. Por isso, analise o que o aplicativo precisa e só dê permissão se fizer sentido. Por exemplo, um app de jogo não precisa acessar sua lista de contatos. Portanto, desconfie se pedir, principalmente, para acessar câmera e microfone, pois um criminoso pode conseguir te espionar, tirar fotos e fazer vídeos secretamente. Se está em dúvida sobre o que o aplicativo pode ou não acessar, clique em "Não Permitir". Depois, é possível mudar manualmente, se for o caso. Esteja atento e tenha cuidado!

Compras pelo celular

Atualmente temos a facilidade dos cartões virtuais, aqueles que nos dão um número válido para uma única transação. A ideia é que a cada nova transação, o usuário tenha que gerar um cartão novo. Assim, não precisamos deixar o nosso cartão de crédito salvo em várias plataformas. Esta facilidade ajuda a diminuir o número de fraudes nas compras pela internet, já que o cibercriminoso não consegue realizar outras transações com este cartão e se houver tentativas, você receberá uma notificação. Certamente, este recurso proporciona mais segurança e tranquilidade no ambiente online. Se ainda não tem o seu, peça para o seu banco!

Desabilitar wi-fi, dados e Bluetooth quando não estão sendo usados

Quando conectado com a mesma rede que outras pessoas em lugares desconhecidos, as informações do seu celular podem ser interceptadas e usadas de maneira indevida por hackers. O Bluetooth, por exemplo, permite várias falhas de segurança, como vulnerabilidade na criptografia, risco de ataque sônico, além de dar a oportunidade para criminosos descobrirem o seu telefone. Se você está em um lugar que não conhece e não é de confiança, desabilite tudo. Melhor ficar sem wi-fi e Bluetooth do que cair na mão de cibercriminosos!

Finalize as sessões

Ao usar um aplicativo como Facebook, Linkedin, WhatsApp e email, por exemplo, nunca se esqueça de finalizar a sessão. Se você é o tipo de pessoa que nunca encerra nada, pode deixar vestígios por onde passar, o que facilita a entrada de criminosos.

Baixar um antivírus

Assim como os antivírus são importantes para proteger o computador, eles também são essenciais para que os smartphones fiquem protegidos contra as possíveis ameaças. Há vários tipos para serem baixados, inclusive pagos e gratuitos, que fornecem além de segurança, economia de bateria, sigilo de arquivos, limpeza de dados antigos, entre outras funções.

Atualizar o smartphone

Manter o smartphone atualizado é um dos principais métodos de segurança de dados. Se o dispositivo não estiver usando a versão mais recente, poderá ser vítima de ataques que poderiam ser facilmente evitados.

Ter uma senha

Se você deixa seu celular na mesa de trabalho enquanto almoça ou até mesmo perde em algum lugar, qualquer pessoa que ache seu aparelho pode usá-lo de maneira mal-intencionada. Por isso, sempre coloque uma senha no dispositivo e crie outras diferentes para acessar arquivos, email e aplicativos pessoais. Dê preferência ainda aos produtos com leitor biométrico e leitor de íris como segurança adicional. E lembre-se que a senha nunca deve ser passada a terceiros e sempre que possível troque-a!