Topo

Ricardo Feltrin

Além da guitarra, Eddie Van Halen também fez muito pelos teclados

Eddie Van Halen faleceu aos 65 anos em decorrência de um câncer na garganta                              - AFP
Eddie Van Halen faleceu aos 65 anos em decorrência de um câncer na garganta Imagem: AFP

Colunista do UOL

06/10/2020 19h08

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Conhecido por seu virtuosismo na guitarra, Eddie Van Halen (1955-2020) também deu grande impulso para a indústria de sintetizadores e os tecladistas.

Ele morreu aos 65 anos nesta terça-feira, nos EUA. Foi vítima de um câncer na garganta, contra o qual lutou na última década.

Na potente voz de David Lee Roth, o riff de "Jump" (1984) foi de certa forma redentor para os teclados no rock (muitos "puristas" da época não os aceitavam).

Além do famoso estilo Eddie na guitarra, os teclados se tornariam parte do Van Halen a partir da década de 80.

Seja com cordas sintetizadas como as da "progressiva" "Dreams" (1986); seja com o hit "When It´s Love" ('1987); ou "Right Now", de 92; ou com o piano acústico apaixonado em "Not Enough" em 95, quase dez anos depois da "explosão" dos teclados.

Nascido na Holanda, filho de um músico altamente gabaritado, Edward Lodewijk Van Halen, o Eddie, começou no piano, e não na guitarra.

Um ano antes de "Jump" Eddie fez o lendário riff de "Beat It", de Michael Jackson.

Provavelmente só ali ganhou mais respeito ainda do que já tinha desde o final dos anos 70.

Acabaria se tornando grande arranjador em todos os instrumentos do rock, mesmo sem ler partituras tradicionais.

Mesmo assim tocava clássicos de ouvido tanto na guitarra como no piano. Compunha e fazia os arranjos de teclado da própria banda.

Reservado, evitava a mídia em tudo que não fosse música.

Ficou profundamente magoado com o vocalista Sammy Hagar quando se viu exposto na biografia do cantor "Red: My Uncensored Life in Rock". O livro fala dos anos de excesso do Van Halen nas estradas.

Ao contrário de outras estrelas do rock, há poucas opções para se aprofundar sobre o músico em livros em português.

O mais conhecido é o fraco "A Ascensão do Van Halen", de Greg Renoff, que parece mais um livro de fã. Um "diário" da banda que o escritor gosta.

Agora provavelmente deve sair a tradução do respeitável "Edward van Halen: A Definitive Biography", de Kevin Dodds (2011); e "Everybody Wants Some: The Van Halen Saga", de Ian Christie.

Ricardo Feltrin no Twitter, Facebook, Instagram e site Ooops