Adolescentes com poderes: como é série brasileira com ex-'Avenida Brasil'?
Se você assistiu "Avenida Brasil", provavelmente deve se lembrar de Ágata (Karol Lannes), a filha de Carminha (Adriana Esteves). Onze anos depois, a atriz está no elenco da nova série adolescente da HBO Max, "B.A.: O Futuro Está Morto".
Inspirada na HQ "O Beijo Adolescente", de Rafael Coutinho, a produção retrata um Brasil distópico, comandado por militares, em que a Floresta Amazônica foi transformada em um parque industrial e os adultos sofrem de monocromatismo — doença que os tornam cinzas e apáticos.
Já os adolescentes, ainda "coloridos", têm superpoderes transmitidos pelo beijo e formam uma sociedade secreta em que curtem a juventude antes de serem acometidos pelo monocromatismo. Cor, a personagem de Karol, é uma das líderes do grupo, que começa a ter membros assassinados por monstros.
Apesar de fictícia, a trama se conecta muito com o que vivem os jovens atualmente. "Trouxemos muito essa questão da juventude de hoje ser aquela que vai mudar a política do Brasil e as questões ambientais para melhorar o nosso futuro. Só que em 'B .A.', eles têm dons que os ajudam a fazer isso", afirma Karol em entrevista para Splash.
Na série, o governo faz uma conspiração contra os adolescentes e os culpa pelas mortes misteriosas, e o grupo tem que lutar para provar sua inocência. Karol conta que isso serve de aviso para a juventude se atentar a quem coloca no poder.
É um alerta para prestarem atenção em quem colocam no poder, porque estão determinando o futuro das próximas gerações. É para eles entenderem que têm que lutar por si e pelos jovens que virão.
Karol Lannes
"Talvez a geração anterior não estivesse tão preocupada com o futuro. 'BA' traz muito desses jovens entenderem que terão que lidar com isso. No fim das contas, são eles quem vão sobrar", concorda Benjamín, que interpreta o protagonista, Ariel, que precisa descobrir quais são os seus poderes e seu papel em B.A. após beijar Linlin (Giulia Del Bel).
Os B.As se mobilizam para lutar contra essa ditadura na Amazônia e garantir um futuro para o grupo. "Hoje os adolescentes têm muito acesso à informação, eles não dependem mais das mídias ou dos pais para dizer o que é legal ou não. Eles têm as próprias mídias, conseguem criar os próprios conteúdos. 'B.A' representa um pouco disso", diz Giulia Del Bel.
"De repente, a gente tem um monte de adultos que não são conservadores, são reacionários e tentam pintar tudo de cinza e, de certa forma, deixar todo mundo igual", completa Peppe Siffredi, criador da série.
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