Com os piores pais da história, Terra e Paixão vira 'Casos de Família'

Na verdade, nem Christina Rocha poderia ser capaz de dar um jeito em tantos pais e mães problemáticos iguais aos que estamos assistindo em "Terra e Paixão". Nesta quinta-feira (24), o público pode até ter se emocionado com a reconciliação de Antônio (Tony Ramos) e Caio (Cauã Reymond), mas aqui, não!

De fato, a sequência ficou muito bonita e os atores transmitiram verdade para o texto. No entanto, não dá pra ignorar o quanto o rei da soja foi extremamente cruel com o filho, né?! Ele culpou o rapaz a vida toda por uma morte que nunca aconteceu e com um motivo sem pé nem cabeça.

E para falar a verdade, a novela é uma grande campanha para mostrar que nem todo mundo nasceu mesmo para ser pai e mãe. A lista é gigantesca de personagens que multiplicam traumas em seus herdeiros.

De Irene (Glória Pires) e Antônio, obcecados pela sucessão, passando por Ademir (Charles Fricks) que deixou o filho ser criado pelo irmão, e até mesmo o querido Gentil (Flávio Bauraqui) omitindo a verdade de Jonatas (Paulo Lessa). Eu que não iria querer qualquer um deles me criando.

Mas talvez seja justamente nessas relações que reside o verdadeiro protagonismo de "Terra e Paixão". É nessas complexidades que nossos sentimentos, dos mais conflitantes ou óbvios, vêm à tona. Walcyr Carrasco deveria ter como obrigação entrar de cabeça no divã e transformar sua novela em um "Programa do Ratinho" de vez.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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