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O que é o caso Henry Borel, que teve a exibição impedida pela Justiça

O menino Henry Borel ao lado da mãe, Monique Medeiros, e do padrasto, o vereador Dr. Jairinho - Reprodução
O menino Henry Borel ao lado da mãe, Monique Medeiros, e do padrasto, o vereador Dr. Jairinho Imagem: Reprodução

De Splash, em São Paulo

17/05/2023 14h49

O Linha Direta (Globo) abordaria amanhã (18) a morte brutal de Henry Borel. No entanto, a defesa do ex-vereador Jairinho - acusado pela morte do menino - conseguiu uma liminar para impedir a exibição do caso. As informações foram divulgas por Patrícia Kogut, do jornal O Globo, e confirmadas por Splash.

Procurada, a Globo declarou que "não comenta questões em discussão na Justiça". Em nota, a defesa de Jairinho afirmou que "repórter não tem poder de polícia, imprensa não tem poder de autoridade policial para representar por prisão preventiva, nem tem investidura na magistratura para conduzir instrução criminal e proclamar veredicto."

Ainda em nota, a defesa de Jairinho afirmou que "nesta perspectiva, a liminar concedida está muito, mas muito longe de configurar censura", ela apenas preserva ao Judiciário "sua própria autoridade contra tentativas de "privatização" de julgamentos de casos criminais ainda em aberto."

O garoto de 4 anos, que teve mais de 20 lesões no corpo - conforme apontou o laudo pericial - ele morreu em março de 2021.

A mãe do menino, Monique Medeiros, e o padrasto, Jairinho, foram denunciados pelo Ministério Público e aguardam por julgamento.

No documento, a juíza Elizabeth Machado Louro alega que, como o processo ainda está em julgamento, a exposição na televisão "não parece servir aos propósitos informativos que possam ser alegados". Além disso, ela diz que isso "poderá colocar em risco a imparcialidade dos julgadores".

O programa, apresentado por Pedro Bial, mostraria entrevistas com personagens com diferentes graus de envolvimento no caso. Com a ajuda de atores, a atração também reconstituiria cenas descritas nos autos da investigação.

O que aconteceu?

Henry Borel foi morto de forma brutal. O crime aconteceu no dia 8 de março de 2021. A criança foi levada pela mãe e Jairinho ao hospital, onde foi constatada a morte.

O menino teve 23 lesões no corpo, que provocaram morte por laceração hepática e hemorragia interna - conforme apontou laudo pericial.

Monique e o ex-vereador foram presos em abril do mesmo ano. Eles foram acusados de envolvimento na morte do garoto.

O Ministério Público ofereceu denúncia contra Jairinho pelos crimes de tortura, coação de testemunhas e homicídio triplamente qualificado, em maio de 2021.

Monique foi acusada de tortura omissiva, falsificação ideológica, coação de testemunha e homicídio triplamente qualificado na forma omissiva.

Jairinho teve o mandato de vereador cassado pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro, em junho de 2021. Foram 49 votos a favor da cassação e uma abstenção.

Monique teve a prisão preventiva revogada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), em agosto de 2022. O ex-vereador segue preso. A data do julgamento da morte de Henry ainda não foi definida.

Jairinho se declarou inocente durante seu primeiro interrogatório. Ele alegou que não seria capaz de fazer mal a uma criança.

Monique disse em seu depoimento que vivia um relacionamento abusivo e que tomava remédios para dormir. Ela estaria dormindo quando foi avisada por Jairinho que o filho tinha "caído da cama" no quarto ao lado.