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Oscar 2023: filme indiano 'RRR' virou improvável favorito nas premiações

De Splash, em São Paulo

24/01/2023 10h58

Um filme com mais de 3h de duração, da Índia, que se tornou um fenômeno global e um "azarão" na corrida do Oscar — mesmo sem nomes famosos em Hollywood envolvidos na produção. Na era do streaming, em que o hype muitas vezes é mais importante que qualquer prêmio ou diretor famoso, "RRR" cresceu no "boca-a-boca" e se tornou o favorito na disputada categoria de melhor canção original do Oscar — a indicação foi confirmada hoje.

Mas como?

"RRR: Revolta, Rebelião, Revolução" conta a história de dois revolucionários indianos, mas cria uma ficção em cima de um período esquecido de suas vidas na década de 1920. A história imagina como os dois, Alluri Sitarama Raju e Komaram Bheem, tornaram-se amigos antes de serem líderes de revoluções contra o colonialismo do Reino Unido.

Protagonizado por duas das maiores estrelas da Índia, N.TT. Rama Rao Jr. e Ram Charan, coloca na mesma rota um guerreiro do povo e um policial que precisa defender os interesses da monarquia. Apesar das filosofias opostas, eles precisam se unir para resgatar uma garotinha de dois oficiais colonizadores britânicos.

A história é completamente fictícia, mas inspirada em dois revolucionários que existiram de verdade e lutaram pela liberdade da Índia. No entanto, eles nunca realmente se conheceram. A ideia do filme, do diretor e roteirista S.S. Rajamouli, é baseada em uma ideia do que teria acontecido caso os dois tivessem realmente se encontrado.

Bastante conhecido na Índia, Rajamouli costuma dirigir épicos de ação e fantasia para Tollywood, a indústria cinematográfica indiana em língua telugo. Para o distribuidor americano Dylan Marchetti, segundo o jornal New York Times, a maioria das pessoas que compraram ingresso para "RRR" nos cinemas estadunidenses nunca haviam visto um filme de Tollywood antes.

"Eu nunca esperei ou antecipei esse tipo de sucesso no mundo ocidental. Eu basicamente faço filmes para indianos e indianos que estão ao redor do mundo", contou o diretor ao site britânico Yahoo UK. "Quero que meu público sinta o filme, ao invés de pensar o filme", completou ao site Inverse. "Eu gosto de fazer filmes que eu gosto de assistir."

O sucesso veio acompanhado de algumas estratégias, como um relançamento nos cinemas dos Estados Unidos, que consolidou o título mesmo depois de já estar disponível na Netflix, e o investimento de distribuidoras que enxergaram o potencial da obra mesmo com audiências que não estão habituadas a consumir cinema deste gênero.

Mesmo assim, o que contou muito a favor do sucesso do filme foram as insubstituíveis recomendações de boca-a-boca, que vinham inclusive de nomes consagrados como J.J. Abrams e Jessica Chastain. No agregador de críticas Rotten Tomatoes, o filme tem 95% de aprovação, e há muito destaque para o quanto o visual chama atenção.

"Por um lado, o amor por visuais impressionantes é um processo constante, seja isso vindo por coisas que eu imagino, que eu vejo em algum lugar, ou que surgem na minha cabeça. Isso acontece o tempo todo, estou sempre imaginando como aquilo que está na minha cabeça será visualmente, que tipo de emoção pode ser associada àquilo", explica. "Assim que começo a escrever a história, estou sempre pesquisando de onde eu posso tirar ideias, o que vai me dar uma imagem."

Na temporada de premiações, o filme venceu o Globo de Ouro de melhor canção original com "Naatu Naatu". No Critics' Choice, faturou os prêmios de melhor filme internacional e melhor canção. Agora, ele concorre ao Oscar também na categoria de melhor canção, e é o favorito a levar o careca dourado.

Qual longa deve ganhar a estatueta de Melhor Filme no Oscar?

Resultado parcial

Total de 1717 votos
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