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Madrinha do príncipe William deixa cargo em Buckingham após falas racistas

Rei Charles 3º e rainha consorte Camilla em caminhada em Yorkshire - Tim Rooke/REX/Shutterstock
Rei Charles 3º e rainha consorte Camilla em caminhada em Yorkshire Imagem: Tim Rooke/REX/Shutterstock

De Splash, em São Paulo

30/11/2022 12h49

Uma funcionária do Palácio de Buckingham deixou seu cargo após fazer comentários racistas durante um evento no local.

Hoje, Ngozi Fulani, mulher negra e líder de uma ONG que luta contra a violência doméstica, afirmou que foi questionada sobre sua "verdadeira origem" por uma funcionária do palácio. A situação aconteceu em um evento promovido ontem pela rainha consorte Camilla Parker Bowles.

Em nota à BBC, o Palácio de Buckingham afirmou que "leva o incidente extremamente a sério e investigou imediatamente a situação para ter todos os detalhes".

"Neste caso, comentários inaceitáveis e profundamente lamentáveis foram feitos. Entramos em contato com Ngozi Fulani para falar sobre o assunto e estamos convidando-a a discutir todos os elementos da experiência dela pessoalmente, caso ela deseje. Enquanto isso, [a funcionária] em questão gostaria de pedir desculpas pela mágoa causada e deixou seu cargo honorário com efeito imediato. Todos os membros do Palácio estão sendo lembrados das políticas de diversidade e inclusividade que são obrigados a apoiar o tempo inteiro", diz o comunicado.

Ngozi Fulani descreveu conversa com funcionária

Em seu perfil no Twitter, Ngozi Fulani, líder da ONG Sistah Space, descreveu sua ida ao Palácio de Buckingham e disse que ficou com "sentimentos mistos" após o evento.

Segundo ela, uma funcionária que identificou como "Lady SH" se aproximou, tirou seu cabelo de frente do crachá e questionou seu local de origem.

"De qual parte da África você é?", "qual é a sua nacionalidade?" e "de onde vem a sua gente?" foram algumas das perguntas feitas pela funcionária, de acordo com o relato.

Ngozi é nascida e criada no Reino Unido, descendente de caribenhos e tem raízes africanas.

À BBC, Mandu Reid, líder do Partido da Igualdade das Mulheres britânico, testemunhou a conversa e disse que as perguntas foram "ofensivas, racistas e hostis".

Quem é a funcionária demitida?

Apesar de Ngozi e Mandu não terem revelado a identidade da funcionária, a editora de realeza do jornal "The Sunday Times", Roya Nikkhah, disse que Buckingham confirmou que foi Lady Susan Hussey quem deixou o cargo. A jornalista afirma ainda que o rei Charles 3º e a rainha consorte Camilla estão cientes do ocorrido.

Hussey tem 83 anos e é madrinha do príncipe William, segundo a BBC. Ela foi contratada em 1960 para responder cartas após o nascimento do príncipe Andrew e acompanhou a rainha Elizabeth 2ª em eventos oficiais antes de sua morte.

Lady Hussey já foi descrita como uma das figuras mais importantes do palácio e uma pessoa de grande confiança da rainha Elizabeth 2ª.

Ela também era uma das novas "Companhias da Rainha", cargo criado por Camilla Parker Bowles com a intenção de modernizar a monarquia e substituir as tradicionais "damas de companhia". Essa função é assalariada e dada a mulheres da aristocracia que atuam como assistentes pessoais dos membros da família real.