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Mesmo fora do filme, Johnny Depp ganhou fortuna em 'Animais Fantásticos 3'

Johnny Depp em cena de "Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald" - IMDB
Johnny Depp em cena de 'Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald' Imagem: IMDB

De Splash, em São Paulo

19/04/2022 04h00

Johnny Depp, 58, que interpretou anteriormente o bruxo Grindelwald em "Animais Fantásticos", não deixou de receber os salários mesmo após ser substituído por Mads Mikkelsen no terceiro filme da franquia, "Os Segredos de Dumbledore".

Segundo reportagem da revista Vanity Fair, o ator recebeu US$ 16 milhões (R$ 74,9 milhões) por "Animais Fantásticos 3" mesmo sem aparecer no longa.

A publicação explica que o contrato do artista não previa uma quebra automática por "questões morais". Por isso, as partes entraram em um acordo em dezembro de 2020 para que Johnny Depp deixasse a produção.

Na época, o ator anunciou deixar a franquia após a direção solicitar a sua renúncia. "Respeitei e concordei com esse pedido", escreveu em uma publicação nas redes sociais.

O relato da Vanity Fair também aponta que Depp chegou a gravar uma cena do filme antes de ser substituído.

Acusações e processo contra jornal

Johnny Depp foi substituído em "Animais Fantásticos 3" após perder um processo para o jornal britânico "The Sun". A publicação o chamou de "espancador de esposas", lembrou a revista Vanity Fair.

A justiça considerou que a manchete era "substancialmente verdadeira" após o jornal apresentar 14 relatos de abusos da ex-mulher do ator, a atriz e modelo Amber Heard, 35.

Os advogados de Amber Heard defenderam que, durante o casamento, Johnny Depp virava um "monstro" pelo consumo de drogas e álcool, com "ataques de raiva" que terminaram em agressões verbais, físicas e sexuais.

O julgamento está em andamento nos EUA. A defesa da modelo relatou várias cenas de violência, principalmente em março de 2015 na Austrália, onde Depp filmava o quinto episódio de "Piratas do Caribe".

"Esse monstro aparecia quando bebia ou usava drogas", acrescentou a advogada Elaine Bredehoft, mencionando coquetéis de álcool, medicamentos, cocaína, ecstasy e cogumelos alucinógenos.

O que motivou o julgamento

Ambos se acusam de difamação desde que ela publicou no jornal The Washington Post um artigo em que se descreve como uma "figura pública que representa a violência doméstica". "Eu falei contra a violência sexual e enfrentei a ira de nossa cultura. Isso tem que mudar", diz o texto de 2018.

A atriz não cita em nenhum momento Depp, com quem foi casada de 2015 a 2017. Mas o ator a processou por difamação por insinuar que ele era um agressor. Ele pede US$ 50 milhões em danos.

Após a publicação da coluna, Depp, que nega a agressão, entrou com uma ação de difamação contra Amber. A atriz, por sua vez, entrou com um processo de difamação em que pede US$ 100 milhões pela continuação dos "abusos" e "assédio" que Depp lhe impôs durante o casamento.

O ator entrou com a ação no estado da Virgínia, onde o Washington Post é impresso e onde o marco legal é mais favorável às denúncias de difamação do que na Califórnia, onde os dois atores residem. Os pedidos da atriz para que o processo fosse arquivado foram negados.

Os dois devem testemunhar com os atores James Franco, Paul Bettany e o magnata Elon Musk. O julgamento deve durar seis semanas.

Este caso se pauta principalmente na "Primeira Emenda" da Constituição, que confere a Amber Heard "o direito de dizer as palavras que disse", respondeu Rottenborn, e pediu ao júri que "confirme e proteja" esse direito.