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Lollapalooza recorre ao TSE contra censura a artistas no festival

Pabllo Vittar carregava uma bandeira com uma foto de Lula (PT) durante show no Lollapalooza 2022 - Reprodução/Multishow
Pabllo Vittar carregava uma bandeira com uma foto de Lula (PT) durante show no Lollapalooza 2022 Imagem: Reprodução/Multishow

Colaboração para Splash

27/03/2022 20h32

A Time 4 Fun, empresa responsável pela realização do festival Lollapalloza no Brasil, recorreu na tarde de hoje da decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que proibiu manifestações político-eleitorais durante os shows no Autódromo de São Paulo.

A medida causou uma forte reação contrária do público e da classe artística. Em participação no show do Fresno, Lulu Santos protestou: "Cala a boca já morreu!".

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Na sexta-feira, Pabllo Vittar ergueu uma toalha com a imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, principal adversário de Jair Bolsonaro nas eleições deste ano. Bolsonaro foi criticado por diversos artistas ao longo de todo o festival, como Emicida, Djonga, Fresno, Jão, Silva e até por atrações internacionais, como Marina e The Strokes. Em diversos momentos, o público puxou coros de "Fora Bolsonaro".

Hoje, o ministro Raul Araújo, do TSE, atendeu a ação do Partido Liberal (PL), ao qual Bolsonaro é filiado, e proibiu novos atos políticos de fundo eleitoral no festival.

Lolla recorre

lollapalooza - Iwi Onodera/Brazil News - Iwi Onodera/Brazil News
A cantora britânica Marina durante apresentação no Lollapalooza
Imagem: Iwi Onodera/Brazil News

No recurso assinado pelas advogadas Taís Borja Gasparian e Monica Filgueiras da Silva Galvão, a T4F argumenta que "os artistas Pablo Vittar, Emicida, Marina e outros são notoriamente engajados politicamente, e, durante os shows que realizam, comumente se manifestam sobre diversas causas de interesse social e político."

O artista é contratado pela T4F Entretenimento S/A para realizar os shows, e tem completa autonomia quanto ao conteúdo de suas manifestações.

No documento, as advogadas acrescentam. "E nem poderia ser diferente, diante das garantias de livre exercício da manifestação artísticas e do pensamento, e da crítica,constitucionalmente asseguradas na Constituição Federal (art. 5º, IV, IX e XIV)."

A empresa pondera que as manifestações dos artistas são de caráter pessoal e representam "exercício regular da liberdade de expressão". No recurso, a T4F ainda lembra que muitos artistas também se manifestam em favor de Jair Bolsonaro, devendo também lhes ser resguardada a oportunidade de fazê-lo".

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