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Partido de Bolsonaro vai ao TSE contra o Lolla após show de Pabllo Vittar

O PL, partido de Jair Bolsonaro, acionou o TSE após show de Pabllo Vittar no Lollapalooza Brasil 2022 - Reprodução
O PL, partido de Jair Bolsonaro, acionou o TSE após show de Pabllo Vittar no Lollapalooza Brasil 2022 Imagem: Reprodução

Tiago Minervino

Colaboração para Splash, em Maceió

26/03/2022 18h15

O PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, entrou com uma ação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) contra os organizadores do Lollapalooza, sob a alegação de propaganda eleitoral antecipada em favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após a cantora Pabllo Vittar pedir a saída do atual mandatário, e segurar uma faixa com o rosto do petista estampado durante sua apresentação no primeiro dia do festival.

A Splash, a advogada do PL, Caroline Lacerda, afirmou que a intenção do partido é "alertar" os organizadores do Lollapalooza sobre uma possível campanha eleitoral irregular, contrariando o que determina a Justiça Eleitoral.

"O PL entrou com uma representação, no sentido de alertar os organizadores do evento sobre uma eventual campanha política antecipada, o que não é permitido pela lei eleitoral", justificou.

Na ação, além de Pabllo Vittar, o partido de Bolsonaro também cita nominalmente a cantora britânica Marina que, durante sua performance, mandou o presidente brasileiro ir "se f*der".

Segundo Lacerda, a ação tomada pelo PL não pode ser considerada como uma censura, porque a lei eleitoral "é bem taxativa do que pode ser feito antes do período de campanha".

"Não é permitido usar bandeira de candidatos, colocar número do candidato, pedir voto de candidato, dizer que vai tirar tal candidato. Isso seria uma antecipação negativa ou positiva de campanha eleitoral", declarou.

Por fim, o PL alega que o "showmício" dos artistas no Lollapalooza, que recebeu um público estimado em 100 mil pessoas no primeiro dia de apresentações, foi bastante reproduzido nas redes sociais e, com isso, requer ao TSE que acione "de imediato" os organizadores do festival para impedir que esse tipo de manifestação volte a acontecer, além de pedir que, em caso de desacato, seja aplicada multa.

Procurada por Splash, a assessoria de Lollapalooza ainda não tem um posicionamento oficial sobre o caso, mas irá soltar em breve um posicionamento.

Splash também contatou a assessoria da Pabllo Vittar, mas não obteve retorno. Quando tiver, esta matéria será atualizada.

Pabllo Vittar, Marina: artistas se manifestam politicamente no Lolla

O primeiro dia do Lollapalooza Brasil 2022 ficou marcado pelo caráter político logo na primeira apresentação, quando o rapper paulista Edgar fez duras críticas ao presidente Jair Bolsonaro.

Posteriormente, foi a vez do Detonautas fazer um discurso político no palco, que chegou a exibir uma foto do presidente no telão. Em determinado momento, o público presente começou a gritar "ei, Bolsonaro, vai tomar no c*".

Quando foi a vez de Pabllo Vittar, a drag queen, que nunca escondeu seu posicionamento político, gritou "Fora, Bolsonaro", seguido de um espacate, para o delírio dos fãs. Antes de deixar o palco, a artista ergueu uma bandeira com a imagem de Lula.

Mais tarde no primeiro dia do Lolla, a britânica Marina criticou Bolsonaro e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ao mandar ambos os políticos irem se "f*der".

Hoje, no segundo dia das apresentações, as manifestações de cunho político voltaram a acontecer durante o show do cantor Silva. Em determinado momento, a plateia puxou o coro de "ei, Bolsonaro, vai tomar no c*".

Diante da manifestação, a banda do cantor acompanhou o ritmo da plateia dos "cânticos" e Silva se manifestou em apoio: "Essa é a minha galera", declarou.