Joyce Pascowitch

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Opinião

Até onde filhos de Faustão e Gugu podem chegar após sucesso no Huck

Pois é, entre algumas das coisas difíceis da vida está ter pais famosos e ter de lidar com aquela expectativa toda: será que você é tão bom quanto eles? Domingo passado trouxe à baila essa questão quando Luciano Huck juntou no mesmo Domingão os filhos de Gugu Liberato e de Fausto Silva.

A emoção rolou solta até para quem não era tão ligado assim na figura dos dois — se é que tem alguém no Brasil que não tenha sido ligado ou em Fausto Silva, ou em Gugu Liberato. Sim, deve ter, mas a grande maioria sabia muito bem quem eram os dois e o poder que eles exerciam sobre suas respectivas plateias e telespectadores.

Eu pessoalmente era fã de Fausto Silva, desde que ele fazia Perdidos na Noite, seu programa de auditório meio trash, meio cult, no teatro Záccaro, na Bela Vista, aqui em São Paulo. Era uma coisa bem simples, sem qualquer megaprodução, mas muito autêntica, irreverente e inclusiva já naquela época.

Estou falando de antes de 1986, que foi o ano que entrei na Folha de S.Paulo. Tudo isso aconteceu antes disso e eu era assídua nos auditórios do Perdidos e vire e mexe Fausto Silva me chamava, a mim e a toda a equipe que trabalhava junto, para subir no palco e mostrar a revista alternativa que a gente produzia.

Desde aquela época, Fausto já era generoso, como ele sempre continuou sendo em qualquer canal de televisão que estivesse, inclusive na Globo. Ele não tinha preconceitos culturais, era ousado e acreditava em talentos emergentes. Tinha faro.

Frequentei muito também a casa dele nas famosas noites de pizza, cheias de gente conhecida, artistas, empresários, mercado publicitário e amigos. Conheci a primeira mulher de Fausto, Magda Colares. Acompanhei quando Lara, a filha dos dois, nasceu, acompanhei Fausto separado e acompanhei logo no início quando ele conheceu Luciana Cardoso, com quem depois se casou e teve dois filhos.

De outra maneira bem diferente, fui também relativamente próxima de Gugu Liberato: não frequentava a casa dele nem nada, mas tínhamos uma relação bem cordial, a ponto de ele me trazer de presente de uma viagem que fez à Rússia: um boneco de Mikhail Gorbatchov, com mancha na testa e tudo.

Gugu nunca foi tão solto, tão à vontade quanto Fausto Silva. O mesmo pode se dizer dos filhos dos dois, após assistir à Batalha do Lip Sync, o quadro mais comentado do programa de Luciano Huck.

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O que falar de cada um deles, herdeiros de dois dos maiores comunicadores da TV brasileira? João Guilherme Silva já tem experiência, dividiu o palco com o seu pai, Fausto Silva, na temporada do programa na Band. Já João Liberato esteve nos últimos tempo exposto em excesso, mas de outra maneira: depois da morte do pai foi parte de uma avalanche de notícias, de confusões, intrigas, disputas e dramas.

João Guilherme tinha a seu favor a mãe e o pai. João Liberato estava até pouco tempo atrás rompido com a mãe e mais próximo de sua tia, Aparecida Liberato, e da família do pai, todos disputando uma herança de respeito.

João Guilherme parece que nasceu e foi criado para ser uma estrela: ele dança, ele dubla, ele apresenta, ele interage com os colegas no palco e com a plateia. Já João Liberato é bem mais tímido e tem um charme todo especial. Em tempos de millenials, acho que ele pode ir longe.

Uma jogada de mestre de Luciano Huck ter reunido os dois e chamar atenção para o seu palco de domingo, foi realmente emocionante, mais ainda para o filho de Gugu, por questões óbvias.

Fico pensando aqui também que os pais muitas vezes sonham que os filhos sejam uma continuação deles, geneticamente falando, mas às vezes também profissionalmente. Esses dois já deixaram claro que a opção deles é essa, os dois totalmente encantados pelos pais que tiveram.

Agora, uma coisa é certa: o peso e a expectativa serão enormes. Vamos ver quem consegue chegar e onde.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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