Lucas Selfie, após 'A Fazenda': 'Tenho pavor de edição morna e de plantas'

Fora de "A Fazenda" há duas semanas, Lucas Selfie já conseguiu se acostumar novamente a tomar banho sem roupa e usar redes sociais. Atento, o apresentador segue assistindo ao reality show em alguns dias, mas se dedica atualmente ao encerramento da série documental em oito episódios "Reality.doc", no YouTube.

Entendo que era uma cobaia no programa da Record, Lucas decidiu estudar as atrações do gênero e, claro, falar sobre sua experiência. Sobre a roça desta quinta-feira, é categórico: Mariano deve sair. "Não sei o que ele foi fazer lá dentro", brinca. Leia a entrevista com o ex-peão, que não descarta romance com Raissa Barbosa, a seguir.

Você tinha a noção de que estava pensando mais no público como produtor do que como participante lá dentro?
Sou muito pé no chão. Sempre gostei de ser produtor, fui por cinco anos do "Pânico". Não tenho ego inflado. Sabia que estava indo para uma edição com um elenco muito difícil de ganhar, cheio de pessoas populares, espalhafatosas, com histórias emocionantes e outros que foram para se redimir. Já entrei lá sabendo que, dos 20 participantes, 19 não iriam ganhar. Precisava mostrar que sabia pensar e falar, provar que não faço só trollagem e besteira. Tenho pavor de edição morna e gente planta. Quando entrei lá e vi todas aquelas pessoas, pensei na hora: "vou jogar com quem está assistindo".

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Acha mesmo que não tinha chance de ganhar?
Em alguns momentos eu tive certeza que não ia ganhar. Em outros, achei poderia chegar perto. Não quis posar de príncipe lá dentro ou esconder meu jogo. Fui completamente real. Perco mesmo controle nas festas, sou estrategista quando precisa pensar. Sei que fui exatamente o que fui aqui. E olha só que surpresa: o calculista fez todo mundo chorar quando foi eliminado. Minha eliminação foi muito bonita, quis quebrar regra e causei.

Teve algum momento em que percebeu que estava fazendo jogo errado e decidiu mudar os rumos?
Teve duas semanas em que eu estava péssimo, tomava Dramin para dormir todo dia. Na semana da reunião de condomínio, eu estava com crise de ansiedade. Lá você não tem o termômetro. Naquela primeira treta com a Luiza Ambiel, quando ela pergunta se é fofoqueira e ninguém fala nada, a gente tinha certeza que ela iria ganhar, porque ela estava envolvida em tudo. Quando veio a placa de falsa do Fernandinho no "Hora do Faro", eu juntei as peças e tentei contestar. Mas não tem como adivinhar. Eu achava que o Cartolouco era favorito quando mandei ele para a roça, porque imaginei que ele iria com o Biel que também era forte.

Você riu da cena da Luiza perguntando se é fofoqueira na primeira reunião de condomínio?
A primeira foi maravilhosa. Eu brincava que ela não era fofoqueira, era contadora de histórias. Quando vejo aquilo parece que foi ensaiado. Dei muita risada aqui fora. Foi necessário para o entretenimento.

Se arrepende de não ter apoiado a Raissa na segunda reunião de condomínio?
Esse foi o maior erro da edição. Ninguém saiu bem dali. Eu estava muito bravo com a Raissa por outros motivos. Aí quando puxaram um assunto que para mim era muito sério, porque conheço a família do Lipe e a namorada dele, descontei toda a raiva nela. No outro dia, a gente conversou e se entendeu, mas é uma das poucas coisas de que me envergonho.

Vocês tinham noção do que era o transtorno Borderline lá dentro?
Lá dentro a gente não sabia de fato o que era Borderline e nem o que ela tinha. Quando rolou o copo de água na cara dos meninos, alguém falou que leu sobre antes de entrar no programa. Acho que a Raissa comentou com a Luiza, que depois falou com os outros. A gente percebia que ela tinha alteração de humor. Na primeira crise, eu acalmei ela a madrugada toda. Agora estou pesquisando muito mais sobre o Borderline. Acho que é um assunto novo.

Me perguntaram se eu achava justo que a Raissa tivesse entrado tendo Borderline e eu acho que, se isso existe aqui fora, é legal ter esse debate lá.

Como você avalia sua relação com Raissa?
Nossa relação foi muito intensa. Era muito real. Se fosse por jogo, seria mais vantajoso fazer o casal perfeito com ela. A gente brigava, se amava, tretava de novo. No final, a gente já estava se entendendo muito mais. Eu já saia fora quando via que ia dar briga. Lá dentro a gente ficava nessa paranoia de se as pessoas estavam amando ou odiando a gente. Quando vi a quantidade de "shipp" em nossa homenagens eu fiquei surpreso.

Vão virar casal?
Nunca namorei na minha vida, nem sei como é ser um casal. Fui muito honesto e transparente com ela quanto a isso. Ela precisa assistir tudo o que aconteceu e ver como conseguiu mudar o público dela. Ela precisa assimilar tudo e se tiver que ser será natural. Se não rolar casal, com certeza quero como amiga.

Aqui fora, posso pegar todo mundo. Pego homem, pego mulher, sou muito livre. A gente armou de ir para uma casa de swing na saída, preciso ver se vamos manter esse plano.

E como nasceu a ideia do "Reality.doc"?
A gente teve o case da Manu Gavassi no "BBB" e eu sempre imaginei o que faria se entrasse num reality. No ano passado, eu gravei um doc sobre legalização da Maconha no Uruguai. Estava curtindo muito fazer documentários. Então pensei em fazer um trabalho aqui fora que tivesse a ver com "A Fazenda" e fazer do programa uma espécie de convidado para o meu projeto no YouTube. Eu me divido em dois: apresento com dados e entrevistas e ao mesmo tempo viro a cobaia, que vai para um dos maiores reality shows do Brasil. Quis relatar tudo o que vivi. São oito episódios com temas diferentes. Só não teve episódio de casal, que é o que eu não imaginava que faria lá dentro.

Vai ter uma segunda temporada?
Estou procurando um novo tema para fazer um segundo doc. Tendo a ir para o lado mais polêmico. Já pensei em falar de prostituição, mas estou analisando. Consegui amadurecer muito o que eu queria para a vida. Quase fui para "A Fazenda" no ano passado, mas tinha meu programa na MTV, o "Trampo Zika" recusei. Deu medo de viver tudo aquilo do "Pânico" de novo, com as pessoas querendo saber de tudo, mas fui com o pé no chão. Eu sou muito workaholic, amo trabalhar. Meu maior medo era não conseguir trabalhar depois. Imaginei que não ganharia R$ 1,5 milhão da Jojo, por exemplo.

Vocês tinham noção do tamanho do sucesso dessa edição de "A Fazenda?"
Quando o Marcos Mion falou que a gente quebrou o recorde de votação a gente teve uma certa noção. Se eram mais de meio bilhão de votos em um dia, a gente automaticamente pensou que o "BBB" teve um bilhão e meio em dois. Ficou todo mundo muito assustado.

Quem você acha que ganha?
A minha final dos sonhos seria entre Raissa, Lidi, Lipe e Stefani, mas acho que o Biel tem chances de ganhar porque a galera que gosta dele é incisiva e não divide torcida com ninguém. Acho que estará entre Jojo, Raissa e Biel. E acho que vai ser apertado.

Mateus Carrieri não tem chance?
Eu acho que não.

Mateus está escorado na torcida da Jojo. Ele não faz muita coisa lá dentro além de salada. O molho de mostarda é bom, mas é só isso.

Acha que Mariano sai nesta quinta-feira (26)?
Ele deu muita sorte de conhecer a Jake, que joga muito e traz ele para o jogo. A gente era muito próximo, combinávamos de fazer churrasco juntos aqui fora, mas eu saí e ele fala de mim todos os dias desde a eliminação. Já me chamou de pilantra, chamou meus amigos de fantoches. Ele era meu brother. Se Lidi ou Raissa saírem o programa perde muito.

Não sei o que o Mariano foi fazer lá dentro.

A Lidi é injustiçada?
Ela é uma musa incompreendida. É a pessoa mais complexa ali dentro, fala sem se preocupar se a pessoa é forte ou fraca. Acho que se a atual briga dela fosse com outra pessoa, estariam do lado dela. A questão dela com a Jojo é que elas são muito parecidas e, por isso, têm conflito. Ela é uma das poucas pessoas lá de dentro que quero levar para toda a vida. Quero sentar num boteco, colocar os nossos cachorros para se conhecerem.

Se tivesse a chance de voltar para "A Fazenda", o que faria?
Não fiquei triste de ter saído, de ter deixado de aparecer na TV ou ter deixado de ganhar R$ 1,5 milhão. A única coisa que me corta o coração é ver o Lipe sozinho, a Lidi sofrendo e a Raissa triste. Não gosto de ver meus amigos sofrendo, por isso tenho visto só dias como a votação. Não consigo assistir sempre. A primeira coisa que eu faria seria pedir desculpas para eles. Depois, jogar, jogar e jogar. E esperar uma festa para subir na chaminé e ficar louco. Causaria muito em nome do entretenimento da família brasileira