Despejados? Como é o chalé que Harry e Meghan devolverão ao rei

A porta-voz do príncipe Harry e de Meghan, a duquesa de Sussex, confirmou ao jornal The New York Times nesta quinta (2) que o casal recebeu da Coroa britânica um pedido para desocupar o Frogmore Cottage, chalé que servia como residência oficial da família no Reino Unido.

Morando nos EUA desde 2020, os Sussex estiveram juntos no endereço pela última vez em junho de 2022, quando viajaram para o Reino Unido para o Jubileu de Platina da rainha.

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Nos seus jardins, realizaram a festa do primeiro aniversário de Lilibet, a filha caçula do casal.

No entanto, esta não é a primeira vez que o endereço, que fica dentro da propriedade do Castelo de Windsor, se vê envolvido em polêmica.

Por que é possível 'perder' a casa?

Harry e Meghan "ganharam" o Frogmore Cottage de presente da rainha — o chalé, na verdade, pertence à Coroa e, por isso, pode ser cedido pelo soberano para o uso de membros da família, mas sua posse não é transferida a nenhum membro em particular.

Ou seja, seus moradores são como inquilinos, cujos contratos podem ser ou não renovados. Harry renovou o seu em 2022, e agora a Coroa está rompendo este contrato, como é direito de um proprietário.

Esta diferença é importante. Assim como há propriedades da Coroa, como o chalé, o Palácio de Buckingham e o Castelo de Windsor, há outras que são particulares como é o caso do Castelo de Balmoral, que é herdada sempre pelo monarca. Ou seja, com a morte de Elizabeth 2ª, ela agora pertence apenas ao rei Charles 3º.

Imóveis da Coroa como o chalé podem ser redistribuídos pelo soberano para organizar, como bem entender melhor, as finanças da Casa Real. O Frogmore, segundo o jornal The Sun, pode ser o novo endereço do príncipe Andrew em breve.

Isto porque sua propriedade em Windsor seria muito cara para um membro aposentado da Família Real — Andrew também perdeu títulos e deixou funções oficiais em 2020 após ser acusado de abuso sexual — e Charles 3º teria planos de cortar a "mesada" do irmão para enxugar os custos de uma monarquia bancada por dinheiro público em tempos de crise no Reino Unido.

Como é o chalé e por que ele é tão importante?

Construído em 1801 a pedido da rainha Charlotte, esposa do rei George 3º, o Frogmore Cottage é considerado uma propriedade pública de nível 2 e, portanto, parte do Patrimônio Histórico do Reino Unido.

Inicialmente um retiro de férias campestres da realeza, ele já abrigou personalidades à margem do trono, como o indiano Abdul Karim, secretário pessoal da rainha Vitória que era "incômodo" para o restante da família, e a duquesa Xenia Alexandrovna, durante sua fuga da Revolução Russa. Durante parte do século 20, ele ainda abrigou funcionários de Windsor.

Ao receberem o chalé, Harry e Meghan decidiram reformá-lo, como é costume de inquilinos reais que adaptam as residências históricas da Coroa às necessidades e confortos modernos.

A reforma, no entanto, foi considerada extensa e bastante salgada para os padrões britânicos: ela custou 2,4 milhões de libras (R$ 14,9 milhões), de acordo com a BBC, e transformou um chalé vitoriano de dez dormitórios em uma moderna casa de cinco quartos e um berçário.

Ao final de todas as alterações, o espaço passou a possuir sala e cozinha abertos, caldeira eco-friendly, estúdio de yoga, quartos pintados com tinta vegana, além de dois laranjais e uma horta de vegetais na área externa. Parte de seus interiores puderam ser vistos pelo público no documentário "Harry & Meghan", da Netflix.

Quando o Palácio de Buckingham anunciou os termos da saída do casal do serviço à Coroa, em 2020, foi esclarecido que, em acordo com a rainha, eles manteriam o chalé como sua residência oficial no país, mas que haviam se oferecido a pagar de volta aos cofres públicos o custo das alterações.

Só o trabalho de tornar o espaço à prova de ruído — que seria alto graças à proximidade com o aeroporto de Heathrow — teria custado cerca de 50 mil libras ou R$ 311 mil, segundo a revista Town & Country.

Apesar de os Sussex só terem morado ali cerca de um ano, o investimento não foi em vão: a prima de Harry, princesa Eugenie, e o marido Jack Brooksbank, fixaram residência ali entre 2020 e 2021. Desde então, o imóvel estava fechado, mas Harry e Meghan já teriam empacotado objetos pessoais de lá durante sua última visita.

Como é lindo tudo isso, eu pensei. E também como é triste. Uma vez, eu achei que essa fosse ser minha casa para sempre. Em vez disso, ela se provou apenas um ponto de parada."

Escreveu o príncipe Harry em sua biografia, "O Que Sobra", descrevendo uma conversa tensa entre ele, o pai e o irmão nos jardins do Frogmore Cottage em abril de 2021.

Segundo a Vogue americana, o casal recebeu um prazo para a retirada de sua mudança, embora seja incerto o quanto ainda haja deles por lá: maio, quando acontece a coroação de Charles.