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Amsterdã removerá prostitutas do centro da cidade para 'resetar' o turismo

O distrito "Red Light" em Amsterdam, na Holanda, conhecido pelas casas de prostituição - Getty Images
O distrito 'Red Light' em Amsterdam, na Holanda, conhecido pelas casas de prostituição Imagem: Getty Images

Colaboração para Nossa

04/02/2021 09h18

As vitrines de prostituição do Distrito da Luz Vermelha em Amsterdam serão fechadas, conforme determinado pela câmara da cidade. Um "centro erótico" será instalado longe do centro da cidade para realocar as profissionais do sexo.

A proposta da prefeita da cidade, Femke Halsema, para fechar um número significativo de vitrines nas vielas estreitas ao redor das docas foi apoiada por um amplo grupo de partidos políticos. A medida foi proposta pois, segundo a Halsema, as mulheres que trabalham na área se tornaram uma atração turística, atraindo ócio e abusos.

"Trata-se de uma reconfiguração de Amsterdã como cidade de visitantes. Os turistas podem desfrutar da beleza e liberdade da cidade, mas não a qualquer custo", disse Dennis Boutkan, do Partido Trabalhista Holandês. Diederik Boomsma, membro do Apelo Democrata-Cristão, disse: "Temos que intervir com firmeza".

Quando a ideia foi proposta pela primeira vez, um grupo de lobby recém-formado chamado Red Light United afirmou que 90% das 170 garotas de programas entrevistadas queriam continuar trabalhando nas vitrines dos becos estreitos e das ruas próximas aos canais de Singel e De Wallen.

"Mudar esses locais de trabalho não é uma opção porque assim os clientes não saberão onde encontrar as profissionais do sexo", disse um membro do grupo, conhecido pelo pseudônimo de Foxxy, ao jornal Het Parool.

No entanto, a maioria dos vereadores concordou que a realocação era necessária para mudar o tipo de turistas atraídos para Amsterdã. Com isso, as garotas de programas do Distrito da Luz Vermelha serão convidadas a se mudar para um centro construído para esse fim em outro lugar da cidade, cuja localização ainda não foi determinada, mas será afastada do centro.

Uma segunda proposta para proibir os turistas de comprarem maconha nos "coffeeshops" — estabelecimentos que vendem a droga para consumo pessoal permitido pelas autoridades locais — da cidade está tentando ganhar apoio na câmara, contudo, o temor de que a medida entregue o comércio nas mãos de traficantes tem sido usado como contra-argumento pela oposição.