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Lufthansa realiza voo histórico de quase 14 mil quilômetros sem escalas

O Airbus A350-900 que saiu da Alemanha e voou até as Malvinas - Alex Tino Friedel ATF Pictures
O Airbus A350-900 que saiu da Alemanha e voou até as Malvinas
Imagem: Alex Tino Friedel ATF Pictures

Eduardo Vessoni

Colaboração para Nossa

02/02/2021 10h34

Em meio a tantas más notícias para o setor aéreo, a alemã Lufthansa acaba de realizar um feito histórico.

No último domingo (31), a companhia fez o voo mais longo da sua carreira. O Airbus A350-900 decolou de Hamburgo, no norte da Alemanha, em direção à base militar Mount Pleasant, na remota Falkland (Ilhas Malvinas), no Atlântico Sul.

Para cruzar os 13.700 quilômetros de distância entre os destinos, os 92 passageiros e 16 tripulantes tiveram que encarar 15 horas e 37 minutos de voo sem escalas, de acordo com o Flight Radar 24, site que rastreia voos em tempo real.

A rota percorrida, segundo o site Flight Radar - Reprodução/Flight Radar - Reprodução/Flight Radar
A rota percorrida, segundo o site Flight Radar
Imagem: Reprodução/Flight Radar

Em nota enviada para a reportagem, a Lufthansa informou que sua viagem histórica recente tinha como objetivo levar cientistas e tripulantes de um instituto da cidade de Bremerhaven para pesquisas a bordo do RV Polarstern, um quebra-gelo que opera na Antártica.

Só para ter uma ideia, o voo comercial mais longo do mundo, operado pela Singapore Airlines, vai de Singapura a Nova Iorque em 18 horas e meia de viagem sem paradas.

Recentemente, a viagem mais longa da aviação estava a cargo da australiana Qantas, cujo voo experimental entre Londres e Sydney durava intermináveis 19h19m. Porém a rota está, temporariamente, cancelada por conta da pandemia de coronavírus.

Tripulação em quarentena

Cruzar o planeta de norte a sul não só exige disposição, mas também planejamento.

Para isso, passageiros e a tripulação da Lufthansa tiveram que se isolar por duas semanas em um hotel de Bremerhaven, no Mar do Norte, e realizar uma série de atividades como apresentações científicas virtuais e exercícios físicos, como o desafio dos 10 mil passos diários, para darem conta dos dias em quarentena e das horas voadas até o extremo sul do planeta.

De Bremerhaven, a viagem de 180 quilômetros até Hamburgo foi feita de ônibus e o aeroporto coordenou uma operação especial para que os cientistas não tivessem contato com outros passageiros até o embarque.

Na aeronave foram embarcados também os próprios técnicos e o pessoal de terra da companhia, bem como materiais de limpeza como aspiradores de pó, já que em Falkland não seria permitido o embarque de aeroviários locais.

Para compensar a desgastante jornada, luzes internas foram adaptadas para diminuir os efeitos do fuso horário e os embarcados foram acomodados em assentos da Classe Executiva ou em um setor da Econômica, conhecido como Sleeper's Row, equipado com colchão, manta e travesseiros.

Em Falkland, os cientistas seguem por mar até a Antártica, e os aeronautas alemães permanecerão isolados até o retorno para Munique, na Alemanha, no próximo dia 3 de fevereiro, com os outros cientistas que estavam na região desde dezembro do ano passado