Lufthansa realiza voo histórico de quase 14 mil quilômetros sem escalas
Em meio a tantas más notícias para o setor aéreo, a alemã Lufthansa acaba de realizar um feito histórico.
No último domingo (31), a companhia fez o voo mais longo da sua carreira. O Airbus A350-900 decolou de Hamburgo, no norte da Alemanha, em direção à base militar Mount Pleasant, na remota Falkland (Ilhas Malvinas), no Atlântico Sul.
Para cruzar os 13.700 quilômetros de distância entre os destinos, os 92 passageiros e 16 tripulantes tiveram que encarar 15 horas e 37 minutos de voo sem escalas, de acordo com o Flight Radar 24, site que rastreia voos em tempo real.
Em nota enviada para a reportagem, a Lufthansa informou que sua viagem histórica recente tinha como objetivo levar cientistas e tripulantes de um instituto da cidade de Bremerhaven para pesquisas a bordo do RV Polarstern, um quebra-gelo que opera na Antártica.
Só para ter uma ideia, o voo comercial mais longo do mundo, operado pela Singapore Airlines, vai de Singapura a Nova Iorque em 18 horas e meia de viagem sem paradas.
Recentemente, a viagem mais longa da aviação estava a cargo da australiana Qantas, cujo voo experimental entre Londres e Sydney durava intermináveis 19h19m. Porém a rota está, temporariamente, cancelada por conta da pandemia de coronavírus.
Tripulação em quarentena
Cruzar o planeta de norte a sul não só exige disposição, mas também planejamento.
Para isso, passageiros e a tripulação da Lufthansa tiveram que se isolar por duas semanas em um hotel de Bremerhaven, no Mar do Norte, e realizar uma série de atividades como apresentações científicas virtuais e exercícios físicos, como o desafio dos 10 mil passos diários, para darem conta dos dias em quarentena e das horas voadas até o extremo sul do planeta.
De Bremerhaven, a viagem de 180 quilômetros até Hamburgo foi feita de ônibus e o aeroporto coordenou uma operação especial para que os cientistas não tivessem contato com outros passageiros até o embarque.
Na aeronave foram embarcados também os próprios técnicos e o pessoal de terra da companhia, bem como materiais de limpeza como aspiradores de pó, já que em Falkland não seria permitido o embarque de aeroviários locais.
Para compensar a desgastante jornada, luzes internas foram adaptadas para diminuir os efeitos do fuso horário e os embarcados foram acomodados em assentos da Classe Executiva ou em um setor da Econômica, conhecido como Sleeper's Row, equipado com colchão, manta e travesseiros.
Em Falkland, os cientistas seguem por mar até a Antártica, e os aeronautas alemães permanecerão isolados até o retorno para Munique, na Alemanha, no próximo dia 3 de fevereiro, com os outros cientistas que estavam na região desde dezembro do ano passado
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