Topo

Andy Murray pode ser mais velho defensor de título olímpico no tênis

30/03/2020 22h06

Londres, 30 mar (EFE).- Com as novas datas já anunciadas para os Jogos de Tóquio, que acontecerão de 23 de julho a 8 de agosto de 2021, o britânico Andy Murray, atual bicampeão olímpico, terá então 34 anos e poderá ser o mais velho a tentar defender o título na história do tênis.

Nunca na história da modalidade um jogador defendeu a medalha de ouro na idade que Murray, que já demonstrou interesse em estar em Tóquio, terá em julho do ano que vem.

O mais próximo a ele foi o sul-africano Charles Winslow, campeão do torneio olímpico de Estocolmo em 1912. Ele chegou a Antuérpia oito anos depois - não houve Jogos em 1916 devido à Primeira Guerra Mundial - com 31 anos de idade.

Até então, a maioria dos campeões não defendia a conquista. Nem o britânico John Boland, que ganhou em Atenas 1986, esteve em Paris 1900; nem o compatriota Laurence Doherty, que ganhou em Paris, jogou em St. Louis 1904.

O americano Beals Wright ganhou ouro olímpico em St. Louis, mas não foi para Londres em 1908, e o também britânico Josieh Ritchie, que ganhou ouro em casa, não participou em Estocolmo quatro anos depois. O sul-africano Louis Raymond venceu o torneio na Antuérpia e tinha 28 anos em Paris 1924, onde não conseguiu passar da primeira fase.

Houve então um hiato de 64 anos sem que o tênis estivesse nos Jogos Olímpicos como competição oficial até Seull 1988, onde quem subiu no topo do pódio foi o tcheco Miroslav Mecir.

Mecir não defendeu o título em Barcelona 1992 porque tomou a decisão de se aposentar dois anos antes, e na cidade espanhola o suíço Marc Rosset levantou a medalha de ouro, vencendo o espanhol Jordi Arrese na final. O atleta suíço apareceu em Atlanta 1996, aos 26 anos de idade, longe dos 34 de Murray.

Na cidade americana ganhou Andre Agassi, que não foi para Sydney 2000 por razões pessoais. O tenista dos EUA ficou com sua mãe e irmã, que sofriam de câncer de mama.

Na ausência de Agassi e Pete Sampras, que não queria viajar para a Austrália, Evgeny Kafelnikov venceu o torneio olímpico e se aposentou em 2003, um ano antes de Atenas 2004, onde quem levou a melhor foi o chileno Nicolas Massu, agora treinador do austríaco Dominic Thiem. O sul-americano foi a Pequim 2008, aos 28 anos.

Quem faturou o título na China foi Rafael Nadal, que não pôde estar em Londres 2012, em que seria porta-bandeira da Espanha, devido a uma lesão no joelho.

Nesses jogos, começou o reinado de Murray, que foi campeão diante de sua torcida no All England Club e em 2016 obteve o bi no Rio de Janeiro.

A presença do ex-número 1 do mundo em Tóquio é um mistério, já que nos últimos anos o escocês esteve mais em recuperação de um problema no quadril que em quadra. Caso vá ao Japão, dará mais uma volta por cima na carreira e se tornará recordista.