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Brexit pode impedir Messi e Neymar de entrarem no Reino Unido, diz Uefa

28/02/2017 14h35

Redação Central, 28 fev (EFE).- O presidente da Uefa, o esloveno Aleksander Ceferin, manifestou nesta terça-feira suas dúvidas em relação à possibilidade de o Reino Unido receber partidas de suas competições após a aprovação do Brexit, que prevê restrições à entrada de jogadores com processos judiciais em curso, casos, por exemplo de Neymar e Lionel Messi.

"Se virmos que esses jogadores não podem entrar porque têm algum tipo de processo em curso, simplesmente teremos de pensar se nossos jogos europeus devem ser disputados lá. Neymar e Messi têm (processos). Neste ano, a final da Liga dos Campeões será em Cardiff. Imagine se não deixarem eles entrarem. É um grande tema para nós", afirmou o dirigente.

Em entrevista concedida ao jornal americano "The New York Times", Ceferin insistiu no problema que a saída do Reino Unido da União Europeia caso os jogadores da Inglaterra possam viajar para qualquer lugar e o contrário não aconteça.

"A livre circulação na Europa é muito melhor. Inclusive em 2020, se o Brexit for consumado, pode haver um grande problema para os torcedores que queiram ir à final da Eurocopa em Londres. Conversaremos com o governo britânico, e tenho certeza de que a Federação Inglesa nos ajudará", disse.

O presidente da Uefa lembrou o problema enfrentado em novembro pelo lateral-direito Serge Aurier, do Paris Saint-Germain. Dois meses antes, o jogador marfinense havia sido condenado na França por uma agressão a um policial, motivo pelo qual foi barrado pelas autoridades britânicas.

"Foi muito decepcionante para o Paris Saint-Germain quando não foi permitido que Aurier entrasse na Inglaterra, e será pior quando o Brexit for aplicado. Podemos ter um problema muito sério", destacou.

Ceferin também se referiu às dificuldades que a possível candidatura dos Estados Unidos à Copa do Mundo de 2026 pode ter se o novo presidente do país, Donald Trump, aplicar as medidas restritivas para a entrada de estrangeiros que pretende. Na visão do dirigente, isso afetará tanto jogadores quanto jornalistas e torcedores.

"Isto entrará nos capítulos de avaliação, e tenho certeza de que não ajudará os Estados Unidos a obterem a organização do evento. Se os jogadores não puderem viajar por decisões políticas ou populistas, a Copa do Mundo não poderá ser disputada no país. Isso é verdade para os Estados Unidos e para qualquer outro país que quiser sediar o Mundial", alertou.