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Evaristo de Macedo, Ronaldo e outros 26 jogaram por Barça e Real

08/12/2011 21h18

Douglas Rocha e Gabriel Llácer.

Rio de Janeiro/Madri, 8 dez (EFE).- Muitos jogadores tiveram o prazer de conquistar títulos jogando por Barcelona ou Real Madrid, mas apenas 28 fazem parte de uma privilegiada e restrita lista de atletas que vestiram as duas camisas, entre eles dois brasileiros: Evaristo de Macedo e Ronaldo.

O espanhol Josep Samitier puxou a fila em 1932, trocando a equipe catalã pelo Real, sem escalas. O último foi o argentino Javier Saviola, que chegou ao Barça em 2001 e, depois de seis anos sem se firmar, sendo emprestado para vários clubes, se transferiu para o time madrilenho.

Número cinco, em ordem cronológica, em uma relação de 15 atletas que se mudaram da Catalunha para Madri, Evaristo de Macedo, que se aposentou da carreira de técnico em 2007, viveu os dois lados da rivalidade.

Em 1957, o ex-jogador trocou o Flamengo pelo Barcelona, e cinco anos depois deixou a equipe para defender o Real. O ex-atacante foi mais um a afirmar que a rivalidade transpassa o âmbito esportivo.

"Barcelona fica na Catalunha, e Madri fica em Castilla, e essas duas regiões já estiveram em guerra. Fora de campo, há o ressentimento. Dentro, não, porque os jogadores não estiveram na guerra e boa parte sequer nasceu na Espanha. Os jogadores querem ganhar porque é bom vencer jogos difíceis, principalmente clássicos, e não porque se envolvam politicamente", explicou Evaristo em entrevista à Agência Efe. Ele acredita que essa situação foi atenuada com o passar do tempo.

"Hoje em dia, mudou um pouco, a rivalidade não é tão acirrada. Muitos anos se passaram, vieram outras gerações, e isso diminuiu um pouco", acrescentou.

Para o ex-treinador, hoje com 78 anos, o Real tem boas chances de voltar a vencer o maior rival pelo Campeonato Espanhol, algo que não acontece desde a temporada 2007/2008.

"Sendo no Bernabéu, apesar de eu gostar mais do estilo de jogo do Barcelona, acho que o Real Madrid tem boas condições de conseguir a vitória", considerou Evaristo.

O ex-jogador comparou as duas principais estrelas do clássico, o argentino Lionel Messi, do Barça, e o português Cristiano Ronaldo, do Real, mas não apontou qual deles é o melhor.

"Os dois, cada um dentro de suas características, são excelentes jogadores. Messi é mais individualista, tem a técnica e o drible bem apurados. Já Cristiano Ronaldo é finalizador, chuta muito bem. Os gols dele normalmente não saem de jogadas espetaculares, e sim de um chute bem colocado", comentou.

Para Evaristo, um dos grandes momentos de sua carreira como atleta foi o gol marcado pelo Barça nas oitavas de final da Copa dos Campeões da Europa (atual Liga dos Campeões) de 1960/1961, eliminando o Real e impedindo que os madrilenhos se sagrassem hexacampeões continentais.

"O jogo que me marcou nesse clássico, foi um em que o Barça eliminou o Real madrid e impediu o hexa europeu. Eu tenho fotos dessa partida, foi muito marcante na minha carreira. Também há imagens no museu do Barcelona", lembrou.

O técnico aposentado conquistou o título espanhol pelas duas equipes e, embora tenha sido tricampeão da Copa da Uefa pelo Barça, garantiu que não tem um preferido entre os rivais.

"Não tenho uma identificação maior com um ou com outro. Hoje, faço parte da associação de ex-jogadores do Real Madrid e do Barcelona. Torço sempre para que vença o melhor. Não há problemas, ando bem nas duas cidades, até porque já não sou mais conhecido por lá (risos)", relatou o ex-técnico, que contrapôs sua situação e a do português Luís Felipe Figo, que em 2000 teve uma turbulenta transferência do time catalão para o madrilenho.

"O caso do Figo foi diferente, num outro contexto. Houve (por parte dos torcedores do Barcelona) decepção, raiva... Esse sim, se força a Barcelona, terá problemas", considerou.

O ex-meia luso chegou ao Real para ser uma das estrelas dos 'galácticos', como a equipe ficou conhecida durante a primeira gestão do atual presidente, Florentino Pérez, que anos depois também contratou o francês Zinedine Zidane e o inglês David Beckham, entre outros.

A transferência de Figo foi considerada uma resposta à do espanhol Luis Enrique, que chegou à equipe merengue em 1991 e em 1996 a trocou pelo Barça.

Se o caso dos dois gerou polêmica, o de Ronaldo e o de Saviola se assemelharam mais ao de Evaristo, já que ambos não despertaram ódio nas torcidas.

O Fenômeno foi artilheiro do Campeonato Espanhol pelo time azul-grená em 1997, mas deixou o clube por conta de problemas nos bastidores. Cinco anos depois, ele retornou ao país e defendeu a equipe da capital até o fim de 2006.

Situação parecida viveu o camaronês Samuel Eto'o, que teve passagem apagada pelo Real de 1998 a 2000 e, depois de jogar pelo Malloca, foi contratado em 2004 pelo Barcelona, tornando-se um dos destaques de um elenco que ainda teve os brasileiros Deco (naturalizado português) e Ronaldinho Gaúcho.

Trocaram o Real Madrid pelo Barcelona:.