Aposentado após grave lesão, 'Cyborg' revela planos para unir leitura e MMA
Se existe uma pessoa que viveu quase tudo no mundo do MMA, esse atleta é Evangelista Santos, o ‘Cyborg’. Após fazer a sua estreia como profissional no dia 7 de setembro de 1996 em Campo Grande (MS) – data apontada pelo próprio veterano e que não consta no site ‘Sherdog’, portal usado como referência para cartel de lutadores – o brasileiro acumulou um currículo com 50 apresentações e passou pela maioria dos principais torneios do esporte como Pancrase, Cage Rage, Pride, Strikeforce e Bellator. Com 20 anos dedicados às artes marciais mistas, ele anunciou sua aposentadoria dos cages pouco mais de duas semanas atrás. E, ao analisar o esporte que praticou durante tanto tempo, o veterano sentiu na pele as mudanças do esporte desde a época do vale-tudo. Agora, aposentado, o atleta pretende unir o MMA com a leitura.
Em conversa com a reportagem da Ag. Fight, Cyborg garantiu que quer continuar trabalhando com o esporte. Recém-aposentado dos cages, o atleta deixou claro que o seu objetivo é passar o seu conhecimento nas artes marciais adiante e revelou que está integrando um projeto voltado para o incentivo à leitura nas suas academias.
“É o que eu desejo. Isso é o que eu gosto e amo fazer. Eu quero estar envolvido com o esporte até o último dia da minha vida porque eu acredito que isso está enraizado em mim. Quando eu era criança eu trabalha em uma cocheira e cuidava de galo de briga – na época era permitido. Eu trabalhava com isso, cuidava e levava os galos para as competições. Então a luta sempre me acompanhou e me acompanha até hoje. Eu quero seguir treinando meus ‘galos’, mas associado com um projeto que já temos. Se chama ‘Ciclo do Livro’ e nós montamos bibliotecas nas nossas academias. É um trabalho de incentivo à leitura e nós distribuímos gratuitamente diversos livros de diferentes gêneros”, afirmou.
Cyborg ainda listou uma série de alterações que o MMA sofreu ao longo dos anos que abrangem desde as regras do combate até a preparação dos atletas. Como lembrado pelo veterano, quase tudo era permitido nas lutas sem intervalo e limite de tempo do vale-tudo. Além disso, o treinamento para um combate era totalmente diferente, uma vez que o seu oponente era definido somente no dia do duelo. E isso sem falar que, nos primórdios, as lutas eram verdadeiras batalhas de diferentes artes marciais.
“As mudanças são gritantes. Quando eu comecei, você fazia três lutas em uma noite e ficava sabendo quem seria o seu adversário apenas no dia do evento. As regras praticamente não existiam. Em boa parte dos eventos você usava uma luvinha bem pequena e vagabunda e quase tudo era permitido. O tempo de duração dos rounds era totalmente diferente. São muitas mudanças. Hoje você fica sabendo quem é o seu oponente com antecedência e você tem uma equipe que trabalha ao seu lado traçando planos e estratégias. Além disso, as pessoas hoje entram em uma academia e já começam treinando MMA. Já se tornou uma modalidade. Quando eu comecei era um confronto de artes marciais diferentes: eu que era do kickboxing lutava contra a galera que fazia chão. Então eu tive que me moldar e aprender a lutar no solo. Acho que naquela época nós estávamos formando o MMA. Hoje em dia ele já está formado”, apontou.
A última luta de Cyborg aconteceu em julho de 2016, quando o brasileiro foi nocauteado por Michael Page por uma joelhada voadora. Na ocasião, o veterano sofreu uma fratura no crânio e precisou passar por uma cirurgia. Aos 39 anos de idade, atleta colecionou na carreira um cartel com 21 vitórias e 18 derrotas – segundo o portal Sherdog.
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